Com R$ 475,5 bilhões destinados aos agricultores nas linhas tradicionais, o governo federal anunciou nesta quarta-feira (03) o Plano Safra 2024/25. Desse montante, R$ 76 bilhões serão direcionados ao crédito rural para a agricultura familiar, enquanto o restante beneficiará a agricultura empresarial, totalizando R$ 400,59 bilhões, o que representa um aumento de 10% em relação ao ciclo anterior.
A oferta total de crédito alcançará R$ 508,59 bilhões, incluindo R$ 108 bilhões de recursos direcionados de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) para emissões de Cédulas do Produto Rural (CPRs), modalidade criada em 1994, que não era contabilizada nos anos anteriores.
No ano passado, o total de recursos foi de R$ 435,9 bilhões, com R$ 71,6 bilhões destinados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
“Os valores anunciados pelo governo federal ficaram aquém das sugestões das entidades ligadas à agropecuária paranaense, que propuseram R$ 568 bilhões como justo e adequado. Lamentamos, mas o agricultor precisa produzir com o que lhe é oferecido. É hora de fazer as contas, plantar, cuidar e colher”, afirmou o secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Natalino Avance de Souza.
Segundo ele, um problema inicial do plano safra é a data de anúncio, já em pleno ano-safra, que começou em 1º de julho. “Nos próximos anos, isso precisaria ser feito até meados de junho, permitindo que os produtores planejem e assinem os contratos previamente, e não quando o ano-safra já está em andamento”, ponderou. “Além disso, devemos reforçar a necessidade de um seguro rural consistente com cronograma oportuno de liberação dos recursos”.
Agricultura familiar
Para o Pronaf, que representa 80% dos estabelecimentos agropecuários no Paraná, foram destinados R$ 76 bilhões. Incluindo outros programas, o valor total chega a R$ 85,7 bilhões. O governo declarou a intenção de que este plano seja o mais agroecológico da história, com juros de 2% para custeio e 3% para investimentos em produção orgânica. Um edital de R$ 35 milhões será lançado para fomentar a transição agroecológica.
Uma nova linha de crédito de R$ 12 bilhões foi criada para a aquisição de máquinas e implementos agrícolas de pequeno porte pelo Programa Mais Alimentos, com juros de 2,5% ao ano e limite de R$ 50 mil para famílias com renda anual de até R$ 100 mil.
O plano também prevê um investimento de R$ 55 milhões para apoiar a gestão de 700 cooperativas da agricultura familiar, visando fortalecer associações, cooperativas e empreendimentos solidários.
Agricultura empresarial
No ciclo 2024/25, a agricultura empresarial contará neste Plano Safra com R$ 400,59 bilhões em crédito, sendo R$ 293,29 bilhões destinados ao custeio de lavouras e R$ 107,30 bilhões para investimentos.
O Pronamp receberá R$ 65,23 bilhões com juros de 8%, enquanto os demais produtores e cooperativas terão acesso a R$ 335,36 bilhões com juros de 12% para custeio.
O Moderagro será contemplado com R$ 3 bilhões, o ProIrriga com R$ 2,6 bilhões, e o Inovagro disporá de R$ 3,5 bilhões para incentivar a inovação tecnológica. O financiamento para sistemas de produção sustentáveis receberá R$ 7,7 bilhões, enquanto o desenvolvimento cooperativo terá um aporte de R$ 1,8 bilhão.
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