Um relato contundente do oficial independente de proteção à criança do Swim England, órgão nacional de natação na Inglaterra, causou a suspensão do exercício da profissão pelo treinador, juntamente com um colega. Dos 30 atletas confirmados para Tóquio, três foram alunos do Titans: Freya Anderson, Hector Pardoe e Cassie Wild. O local é visto como um celeiro de futuros nadadores olímpicos. As entidades responsáveis pelo esporte na Grã-Bretanha e na Inglaterra, disseram ao The Guardian que estão “extremamente preocupados” com a situação.
“O relatório identificou questões de bem-estar e governança, e imediatamente após a conclusão da revisão, a Swim England implementou todas as recomendações do relatório para garantir um ambiente seguro, de apoio e positivo para todos no clube”, declararam em um comunicado único. Por conta da investigação, o clube foi colocado sob medidas especiais
As descobertas foram feitas entre julho de 2020 e junho de 2021 por uma revisão independente. O time de natação britânico confirmou a saída de Bircher, dizendo que “como consequência da revisão, o técnico Alan Bircher não foi nomeado para o time de treinadores na Olimpíada de Tóquio e não fará parte da equipe nos Jogos”. A estrutura de governança do Ellesmere College Titans foi totalmente alterada, com a ajuda de oficiais da Swim England. Um treinador da instituição está coordenando o apoio técnico no clube, enquanto um oficial de bem estar independente apoia o local.
Até o momento, Bircher não teceu comentários sobre o assunto. Vencedor de uma medalha de prata no Mundial de Natação de 2004, o ex-atleta representou a Grã-Bretanha no nível mais alto em seis edições da competição, entre 2003 e 2008. Em seu site oficial, os Titans afirmam que “são orgulhosos de serem diferentes e de serem a vanguarda para a mudança”. No entanto, diante da situação atual, essa definição parece ser a mais distante da verdade. A Swim England pediu que os pais das crianças não comentem sobre o caso publicamente e garantiu que os técnicos não retornarão até que os procedimentos, políticas e condições da investigação sejam cumpridas e aplicadas no clube. Porém, a entidade não revelou o tempo de suspensão dos treinadores.
Infelizmente, ocorrências semelhantes fazem parte do esporte em geral, e costumam envolver crianças e adolescentes. Abusos morais, físicos e sexuais já foram denunciados na ginástica do Reino Unido, Estados Unidos e Brasil, por exemplo. Os denunciantes muitas vezes não são levados a sério, dado o poder ou credibilidade do acusado. É por isso que as instituições responsáveis devem sempre conduzir inquéritos e criar meios para que os atletas possam fazer reclamações com segurança. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) criou em 2018 um canal para receber denúncias de abuso no esporte.
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