Segundo o ministro, a retirada da tributação das offshores do projeto mostra influência do mercado financeiro sobre o Senado, após uma atuação em bloco junto com parlamentares da oposição para aprovar o texto na Câmara. “Aparentemente, banqueiros ricos e poderosos conseguiram esterilizar o trabalho na outra Casa o Senado”, disse.
Guedes disse que o relator da reforma na Câmara, deputado Celso Sabino (PSL-PA), havia afirmado que o texto só avançaria sem a tributação de offshores.
Deputado não é instância pertinente
Durante a audiência, Guedes se negou a fornecer os extratos de operações da sua empresa offshore às comissões de Trabalho, Administração e Serviço Público e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados. O ministro argumentou que os parlamentares não são instâncias pertinentes para tratar de seus investimentos.
“Os números estão todos disponíveis para as instâncias pertinentes, agora, os senhores têm de ver que existe uma coisa que se chama privacidade”, argumentou Guedes. “Eu abri tudo para a instância pertinente, mas eu não posso chegar agora e falar aqui: ‘Brasil, veja tudo que eu tenho'”, completou.
Guedes voltou a dizer que não fez nenhuma remessa à sua offshore desde 2014 e que todos os ativos operados pela empresa não têm a ver com o Brasil. Segundo o ministro, qualquer operação com ativos brasileiros, como ações da Petrobras, seria captada pela Receita Federal.
O ministro presta explicações hoje sobre seus investimentos no exterior às duas comissões da Câmara. Em outubro, a revista Piauí e o site Poder360 revelaram a existência de empresas offshore em nome de Guedes e de Campos Neto. As informações fazem parte da investigação dos Pandora Papers, coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).
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