O Brasil, com o apoio do Uruguai, vem negociando a redução da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, que é a taxa cobrada na importação de produtos de fora do bloco. No primeiro semestre, o Brasil propôs reduzir a TEC em 10% imediatamente e mais 10% no fim deste ano.
A Argentina, contrária à redução linear, aceitou um corte de 10%, limitado a 75% da pauta comercial, o que o Brasil achou insuficiente. “Já gostaríamos de ter reduzido as tarifas do Mercosul. Nossa missão é modernizar o Mercosul para maior integração com economia mundial”, afirmou.
Guedes ressaltou que a proposta do governo brasileiro é fazer uma “abertura gradual”, que não prejudique os produtores locais. “Não podemos abrir num ritmo que o sistema produtivo brasileiro não resista”, completou. “Estamos fazendo reforma tributária, aumentando a competitividade da economia brasileira para dar continuidade à integração com outros países”.
Crítico do Mercosul desde a campanha de Jair Bolsonaro à presidência da República, Guedes voltou a dizer que o Brasil não pode ficar prisioneiro do bloco nem a questões ideológicas. “Desde o início falamos para Argentina que, ou nos acertamos, ou o Mercosul não faz sentido para nós. O Brasil é a maior economia. Não é o Brasil que tem que estar dentro do Mercosul, é o bloco que tem que estar onde Brasil está”, defendeu.
O ministro repetiu que o Brasil “ficou prisioneiro de uma aliança que não consegue se modernizar” e disse que a atualização do bloco é importante para o comércio dos países membro enfrentarem o contencioso na economia global entre EUA e China.
Também participam do evento realizado na comissão o ex-ministro das Relações Exteriores e embaixador Celso Lafer; o ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França; o embaixador do Uruguai para o Brasil, Guilhermo Valles Galmes; e o gerente de Políticas de Integração Internacional da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Fabrízio Sardelli Panzini.
Comentários estão fechados.