Hospital do Câncer de Pato Branco comemora um ano da chegada do acelerador linear

Nesta terça-feira, o Hospital do Câncer de Pato Branco comemora o aniversário de um ano do primeiro atendimento realizado com o acelerador linear – um equipamento de radioterapia de última geração.

A alta tecnologia do acelerador linear permite calcular onde está o tumor e lançando um raio em cima do mesmo para queimá-lo. O procedimento tem 100% de eficácia e não danifica outros órgãos, reduzindo efeitos colaterais.

Depois de três anos de negociações e busca de recursos, o equipamento foi instalado no local em 9 de abril de 2021, sendo que a aquisição foi possível após o Hospital receber uma doação em dólares da usina Hidrelétrica Itaipu Binacional, mediada pelo deputado federal Fernando Giacobo.

O investimento para que a máquina pudesse funcionar foi de US$ 1,250 milhão, o equivalente a R$ 7,1 milhões. O acelerador linear atende, de acordo com o presidente do Conselho dos Instituidores da Fundação, Osmar Gabriel, em média 35 pessoas por dia. Em 2021, 219 atendimentos foram realizados.

“Faremos um ano da primeira sessão de radioterapia. Estamos a 25 anos com a fundação e trabalhamos auxiliando a parte clínica, médica, conseguindo vários equipamentos, são poucos desses no Brasil”, comenta Gabriel.

Gabriel aponta que, entre os atendimentos realizados em ambulatório, internamento, cirurgia, quimioterapia e radioterapia, o Hospital do Câncer de Pato Branco recebe, diariamente, 150 pacientes em busca de tratamento.

Prestando atendimento aos 22 municípios da região, sendo 15 pertencentes a micro da 7ª Regional de Saúde e sete municípios do Oeste de Santa Catarina, o presidente do conselho afirma que “a população prestou grande ajuda nas campanhas para colocar a fundação a frente e, com isso, temos como principal objetivo proporcionar conforto e tratamento adequado para os pacientes e salvar vidas. É para isso que o equipamento veio”.

De acordo com o médico especialista em radioterapia e responsável técnico, Marcelo Rodrigues, “a radioterapia é uma modalidade de tratamento antineoplásico, que pode ser indicado de maneira exclusiva para tratamento de tumores ou de forma adjuvante à cirurgia ou concomitante a quimioterapia, com indicações que variam conforme o tipo e local da neoplasia, histologia e estágio da doença”.

Rodrigues afirma que a instalação do acelerador linear foi um marco oncológico na região Sudoeste do Paraná, trazendo inúmeras possibilidades de tratamento e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Radiocirurgia

O acelerador linear possibilitou ao Hospital do Câncer de Pato Branco a realização da radiocirurgia. A primeira vez que o procedimento foi realizado no município foi em 30 de dezembro de 2021. “Apesar do nome ‘cirurgia’, ela é uma técnica não invasiva, não há necessidade de internação hospitalar, anestesia ou cortes, com o paciente retornando para casa no mesmo dia.”, aponta Rodrigues.

O tratamento na radiocirurgia consiste, de acordo com o médico, na aplicação de uma única e precisa dose de radiação, com técnicas estereotáxicas de localização e alta precisão, chegando a resultados semelhantes ao de uma cirurgia, em alguns casos.

A primeira radiocirurgia realizada no Sudoeste do Paraná aconteceu em dezembro, em um caso de metástase cerebral, sendo apontado pelo médico como um marco no tratamento de câncer na região.

“Para lesões metastáticas, tem boas taxas de controle local em função da precisão do tratamento e da alta dose de radiação que pode ser administrada, melhorando a qualidade de sobrevida dos pacientes.”, explica o responsável técnico.

Rodrigues continua explicando que “Em lesões maiores ou próximas a regiões nobres do cérebro, pode-se utilizar a mesma técnica estereotáxica de localização e precisão, porém a dose de radiação é dividida em frações diárias, minimizando os riscos, sendo aí chamada de radioterapia estereotáxica fracionada, outra técnica possível de radioterapia de alta tecnologia”.

O médico ainda comemora que o equipamento beneficiou mais de 270 pacientes na região, utilizando a radioterapia de alta tecnologia, sendo que mais de 80% desses pacientes são usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). “Lembrando que estas técnicas não são amplamente disponibilizadas pelo SUS e este aparelho é o único da região sudoeste a oferecer tais benefícios. A capacidade instalada comporta o tratamento do dobro do número de pacientes tratados atualmente”, finaliza.

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1 comentário
  1. Maria Susana Diz

    Meu pai recebeu 33 sessões de radioterapia, e foi abençoado com a cura de um tumor na base da língua. Graças a esse aparelho novo e é claro que com a soma do excelente atendimento e acompanhamento de Dr Marcelo Rodrigues. Gratidão eterna!

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