Aos 25 anos, o Calderano de Tóquio chega com muito mais experiência do que o atleta que competiu na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. Já com bagagem de competições europeias e diversas disputas no Circuito Mundial, o carioca já provou a sua qualidade contra adversários de todo o mundo.
Desde o fim de sua temporada com o Ochsenhausen, da Alemanha, até agora, foram cerca de quatro meses de preparação – um período longo e privilegiado, que o permitiu passar por todas as etapas no momento certo.
“É sempre uma honra disputar uma Olimpíada pelo Brasil. Vou para a minha segunda, a experiência no Rio-2016 foi incrível. Chego em Tóquio, agora, com mais chances de brigar por uma medalha e sei que o clima, com certeza, vai ser diferente, por causa da pandemia. Mas dentro da gente, a chama olímpica sempre vai estar acesa”, disse Calderano.
O sentimento, segundo ele, é positivo. Um reflexo do que foi construído ao longo deste ciclo olímpico, trabalhado em suas últimas temporadas na Alemanha e aprimorado nos últimos meses de preparação. “Estou bem confiante, sei que fiz todo o trabalho que devia ter sido feito. Estou com a mente bem clara, com o corpo saudável. E o que tiver que acontecer, vai acontecer na hora”, afirmou o brasileiro.
No caminho até a semifinal, Calderano poderá enfrentar o sul-coreano Jan Woojin (12.°) nas oitavas de final e o japonês Koki Niwa (17.°) ou o alemão Dimitrij Ovtcharov (8.°) nas quartas. Na semifinal, entre outros adversários, a chave do brasileiro tem o chinês campeão mundial Ma Long.
LEMBRANÇAS DO RIO – Ao rememorar sua estreia no Rio, há cinco anos, as lembranças são da sensação de entrar em um ginásio lotado de brasileiros. Definitivamente, era um momento especial: Calderano jogava uma Olimpíada pela primeira vez, em casa, na cidade onde nasceu. O mesmo calor não poderá ser transmitido neste ano, em Tóquio, já que a competição é realizada sem público, por causa da pandemia da covid-19.
Ainda assim, o atleta espera receber energias parecidas, mesmo que à distância, dos torcedores que vão acompanhá-lo pela televisão. “Quando entrei, só senti a presença de todo mundo, dos brasileiros. Lembro que me deu um arrepio, subiu até a cabeça, com o pessoal gritando, quando me apresentaram. Assim que eu botei o pé no ginásio, foi uma loucura e uma sensação que não tem igual”, recordou.
É fato que os Jogos de Tóquio são uma edição à parte, com todas as particularidades de um torneio desta magnitude disputado em meio à maior crise sanitária dos últimos tempos. Essas mudanças, de acordo com Calderano, causam consequências no tradicional clima olímpico. Para ele, porém, isso não tira o privilégio de disputar uma Olimpíada. Seu objetivo é aproveitar ao máximo.
“Infelizmente, isso vai cortar bastante aquela atmosfera olímpica. Mas Olimpíada não se trata só de resultados, é também uma experiência para a vida inteira. E eu vou tentar aproveitar isso, mesmo sem a torcida”, finalizou o atleta.
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