IBGE conduzirá teste para o Censo Demográfico 2022 na ilha de Paquetá

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) conduzirá a partir da próxima segunda-feira, 6, um teste preparatório para o Censo Demográfico 2022, na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro. Os recenseadores entrevistarão os moradores dos quase 1.300 domicílios da ilha entre os dias 6 a 24 de setembro, informou o órgão estatístico, em nota.

O objetivo é avaliar os aplicativos e os sistemas desenvolvidos para o levantamento censitário, além das três modalidades de coleta de dados: presencial, pela internet e por telefone.

Segundo o IBGE, a Ilha de Paquetá foi escolhida para o teste porque mais de 85% da população local já receberam as duas doses da vacina contra o coronavírus.

O órgão afirma que os recenseadores farão as entrevistas domiciliares “seguindo todos protocolos de saúde, incluindo uso de máscara e protetor facial”.

“Os moradores visitados poderão confirmar a identidade dos recenseadores do IBGE pelo site respondendo.ibge.gov.br ou pelo telefone 0800-721-8181, das 8 às 20 horas, todos os dias. O sigilo das informações prestadas ao IBGE é garantido por lei”, ressalta a nota do órgão estatístico.

Na última terça-feira, 31,o IBGE alertou que o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2022 apresentado pelo governo federal ao Congresso Nacional não traz os recursos necessários para a realização do Censo Demográfico em 2022.

Em maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o governo federal tem obrigação de realizar o Censo Demográfico. Desde então, o IBGE alerta para a necessidade de recomposição do orçamento tanto para as etapas preparatórias ainda em 2021 como para a verba necessária para a operação de coleta em 2022.

O IBGE informou que elaborou no primeiro semestre deste ano a proposta orçamentária de aproximadamente R$ 2,293 bilhões para a realização do Censo Demográfico em junho de 2022. No entanto, o valor destinado no PLOA 2022 ficou em R$ 2 bilhões, cerca de R$ 293 milhões aquém do necessário.

“Ao IBGE caberá atuar junto ao Congresso Nacional, num trabalho de mobilização e convencimento sobre os interesses públicos relacionados ao Censo Demográfico, para que a União assegure o que foi determinado pelo STF, qual seja, as condições necessárias e suficientes para a realização do Censo Demográfico em 2022 (cristalizadas no valor de R$ 2.292.907.087,00)”, escreveu o órgão estatístico, em nota divulgada na terça-feira.

Na nota, o IBGE lembra ainda que a decisão do STF determinou que o poder executivo, em articulação direta com o Congresso Nacional, assegurasse “os créditos orçamentários suficientes” para a realização do Censo.

Realizado a cada dez anos, o Censo Demográfico visita todos os cerca de 71 milhões de lares brasileiros. O levantamento foi orçado inicialmente pela equipe técnica do IBGE em mais de R$ 3 bilhões, para ir a campo em 2020.

Em meio a pressões do governo pela redução no orçamento, os questionários originais foram enxugados, e a verba encolheu para R$ 2,3 bilhões.

Quando foi adiado devido à pandemia para 2021, o governo federal reduziu ainda mais esse montante previsto, para R$ 2 bilhões. No entanto, apenas R$ 71 milhões foram aprovados pelo Congresso Nacional, e o Orçamento sancionado e publicado no Diário Oficial da União trouxe um veto do presidente Jair Bolsonaro que cortou esse valor para apenas R$ 53 milhões, o que inviabilizava até os preparativos para o levantamento ir a campo em 2022. Mais tarde, após a decisão do STF, o IBGE conseguiu assegurar uma complementação orçamentária para os preparativos neste ano.

As informações recolhidas pelo Censo servem de base, por exemplo, para o rateio do Fundo de Participação de estados e municípios, sendo essenciais também para políticas de saúde, como a necessidade de alocação de profissionais e equipamentos para atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e planejamento de políticas educacionais.

Os dados são usados ainda como base para pesquisas amostrais, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do próprio IBGE, que levanta informações sobre o mercado de trabalho, como a taxa de desemprego, e até para pesquisas eleitorais.

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