Ainda na comparação com o trimestre móvel imediatamente anterior, houve contratações na indústria (75 mil), alojamento e alimentação (95 mil), agricultura, pecuária, produção florestal pesca e aquicultura (167 mil), serviços domésticos (127 mil), informação, comunicação e atividades financeiras (408 mil) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (116 mil).
Em relação ao patamar de um ano antes, a agricultura ganhou 770 mil trabalhadores. Também houve contratações na construção (653 mil) e em informação, comunicação e atividades financeiras (584 mil).
Houve perdas em todas as demais atividades. O comércio dispensou 290 mil trabalhadores. Alojamento e alimentação fechou 200 mil vagas; administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais demitiram 259 mil trabalhadores; a indústria dispensou 14 mil funcionários. Transporte e armazenagem perdeu 201 mil vagas, e os outros serviços demitiram 322 mil pessoas. Considerando a posição na ocupação, o setor público fechou 301 mil vagas em um ano.
Ainda entre os grupamentos de atividade econômica, os serviços domésticos ganharam 8 mil trabalhadores em um ano. Considerando a posição na ocupação, o contingente de trabalhadores domésticos caiu 0,1% em um ano, com 5 mil trabalhadores a menos na comparação com o trimestre móvel terminado em maio de 2020. Na comparação com o trimestre móvel terminado em fevereiro, são 120 mil trabalhadores domésticos a mais.
O quadro de estabilidade no trabalho doméstico não é motivo de comemoração, disse Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. “O serviço doméstico teve uma estabilidade, mas sofreu muito em 2020. A estabilidade remonta a perdas muito grandes”, afirmou a pesquisadora.
Defasagem
A Pnad Contínua referente ao segundo trimestre, prevista para ser divulgada daqui a um mês, teve seu período de coleta prorrogado para a próxima quarta-feira, 4, diante da expectativa de ver a taxa de resposta elevada acima de 60%, afirmou Adriana Beringuy.
Apesar do otimismo com a melhora na taxa de respostas da Pnad Contínua, o IBGE ainda trabalha para divulgar ajustes na série histórica da pesquisa “nos próximos meses” e não tem data definida para diminuir defasagem da divulgação.
Desde março de 2020, por causa da pandemia de covid-19, o IBGE suspendeu as visitas presenciais de pesquisadores para coletar dados, o que piorou a taxa de resposta da Pnad Contínua e elevou a defasagem na divulgação. Atualmente, os dados são divulgados cerca de dois meses após o período de referência – a edição do trimestre móvel até maio foi divulgada hoje.
Na leitura referente ao trimestre móvel encerrado em abril, a taxa de resposta havia sido de 55,8%. Na Pnad Contínua do trimestre até maio, divulgada hoje, a taxa de resposta foi de 57,9%, como informou o IBGE ao Estadão/Broadcast no último dia 12. O aumento na taxa de resposta de um mês para o outro se deve ao retorno gradual da coleta presencial de informações, processo que continua ocorrendo, segundo Adriana.
No último dia 12, o IBGE informou que retornaria à coleta presencial de forma gradual, seguindo protocolos sanitários. Inicialmente, a coleta presencial está sendo feita apenas nos casos em que não for possível obter os dados pelo telefone. As unidades estaduais têm autonomia para decidir sobre a coleta presencial condicionada à evolução local da pandemia.
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