Ibovespa atinge recorde após encontro Lula-Trump

O Ibovespa encerrou esta segunda-feira (27) com valorização de 0,55%, aos 146.969,10 pontos, acumulando a quarta alta consecutiva. O índice, principal termômetro da Bolsa de Valores brasileira, alcançou o maior patamar de fechamento da história, superando o recorde anterior de setembro. Durante o pregão, também foi registrada a maior máxima já vista, chegando a 147.976,99 pontos.

No câmbio, o real se valorizou frente ao dólar comercial, que fechou com queda de 0,42%, a R$ 5,370. Juros futuros (DIs) encerraram o dia sem tendência definida, depois de abrirem com perdas consistentes influenciadas por otimismo global.

Efeitos do encontro Lula-Trump animam mercados

O destaque da sessão no Brasil ficou por conta do encontro, considerado amistoso, entre o presidente Lula e o presidente dos EUA, Donald Trump. O gesto amigável entre os chefes de Estado animou investidores e ganhou repercussão internacional. Apesar dos elogios e parabéns de Trump a Lula, ainda não há garantias de acordo para redução do pacote tarifário sobre exportações brasileiras. O governo brasileiro, no entanto, já confirmou o envio de uma “tropa de choque” — composta por ministros das principais áreas econômicas — para negociar tarifas e abrir caminho para acordos setoriais.

O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou o encontro como um ponto de virada nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. O movimento contribuiu, segundo analistas, para revisão positiva das projeções de inflação (IPCA) e câmbio no Relatório Focus do Banco Central, com estimativas para inflação caindo para 4,56%.

Bolsas globais seguem otimismo em meio a negociações internacionais

O cenário de euforia se espalhou por Bolsas da Europa, América e Ásia. Em Nova York, principais índices subiram após Trump indicar possibilidade de trégua comercial com Xi Jinping, presidente da China — encontro marcado para 30 de outubro. No Japão, o índice Nikkei superou a marca de 50 mil pontos pela primeira vez, refletindo otimismo com estímulos econômicos. México e Argentina também vivenciaram altas impulsionadas por avanços em negociações comerciais e surpresas positivas no cenário político, respectivamente.

Destaques e movimento das principais ações brasileiras

No mercado acionário nacional, as ações do Banco do Brasil lideraram altas no setor bancário, com avanço de 1,61%. Bradesco subiu 0,83%, na quarta alta seguida. Petrobras ganhou 0,54%, apoiada por bons resultados de produção no trimestre, enquanto os papéis da Vale recuaram 0,11%. Entre as ações de maior movimento, Marfrig disparou 6,45% após anunciar a criação da Sadia Halal e sinalizar IPO na Arábia Saudita até 2027.

RD avançou 1,12% embalada por recomendações positivas de analistas; Tenda teve alta de 1,04% diante de perspectiva otimista para o segmento de construção de baixa renda.

O que vem por aí para o investidor

A semana promete fortes emoções no mercado financeiro com balanços das gigantes de tecnologia — Meta, Microsoft, Alphabet, Amazon e Apple —, definição da taxa de juros pelo Federal Reserve (quarta-feira), encontro decisivo entre Trump e Xi Jinping (quinta-feira) e o tradicional fechamento mensal na sexta-feira.