Ibovespa Cai 0,37% com temores de novo coronavírus na China

O Ibovespa encerrou o último pregão da semana, em 21 de fevereiro de 2025, com queda de 0,37%, atingindo 127.128,06 pontos. A baixa reflete o impacto de notícias sobre a descoberta de um novo coronavírus com potencial pandêmico na China, aliado a indicadores econômicos negativos dos Estados Unidos e incertezas políticas globais. Apesar disso, o recuo do principal índice da B3 foi menos acentuado que o dos índices norte-americanos, influenciado por declarações do governo brasileiro e balanços corporativos recentes.

Novo Coronavírus e Economia Global Pressionam Mercados

A sessão foi marcada por volatilidade após a divulgação de uma pesquisa do Instituto de Virologia de Wuhan, liderada por Shi Zhengli, que identificou a variante HKU5-CoV-2 com potencial de transmissão semelhante ao SARS-CoV-2. Embora o tema seja incipiente, a notícia ampliou a aversão ao risco nos mercados globais, conforme destacou o economista Alexsandro Nishimura, da Nomos. Em paralelo, indicadores como o PMI industrial (51,6) e de serviços (49,7) dos EUA, divulgados nesta sexta-feira, apontaram desaceleração econômica, enquanto temores sobre tarifas de Donald Trump intensificaram as quedas em Nova York. Saiba mais sobre os impactos econômicos globais (#).

Política Monetária e Medidas do Governo Brasileiro

No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um crédito extraordinário de R$ 4 bilhões para o Plano Safra e minimizou especulações sobre sua saída do cargo, reforçando a expectativa de queda nos preços dos alimentos. Ele também adiou a proposta de reforma do Imposto de Renda para após o Carnaval. Já o diretor de política monetária do Banco Central, Nilton David, afirmou em webinar do Bradesco que a Selic pode subir ainda mais se necessário, projetando a inflação em 4% no terceiro trimestre de 2026, próxima à meta de 3%. Confira detalhes no site do Banco Central.

Desempenho das Ações e Balanços Corporativos

Entre os papéis de maior peso no Ibovespa, Vale (VALE3) subiu 0,72%, beneficiada pela alta do minério de ferro, enquanto Petrobras (PETR3 e PETR4) recuou 0,56% e 0,28%, respectivamente. A maior baixa do índice foi da Lojas Renner (-11,79%), impactada por um lucro líquido 7,5% menor no quarto trimestre de 2024. Outras empresas com balanços divulgados na quinta-feira, como B3 (-0,62%) e Rumo (-2,27%), também caíram, enquanto Engie Brasil (+0,16%) e Santos Brasil se mantiveram estáveis. Fora do Ibovespa, Oncoclínicas (ONCO3) disparou 22,50%, a R$ 4,90, após descartar fusão com Dasa e Amil.

Análise de Mercado e Perspectivas

Flávio Conde, da Levante, atribuiu a queda moderada do Ibovespa ao menor reflexo dos indicadores americanos no Brasil, somado à influência dos balanços corporativos. Por outro lado, Nishimura destacou que a notícia do novo coronavírus adicionou volatilidade, embora o analista Bruno Komura, da Potenza Capital, minimize seu impacto imediato, apontando que os mercados já recuperaram parte das perdas. O dólar fechou em alta de 0,43%, a R$ 5,7290, enquanto os DIs recuaram, refletindo maior apetite por risco na tarde.


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