O Ibovespa encerrou o último pregão de março em queda de 1,24%, aos 130.259,54 pontos, pressionado pelo recuo generalizado das ações, com destaque negativo para commodities e bancos. A aversão ao risco foi intensificada pela incerteza em torno das tarifas comerciais dos Estados Unidos, impulsionadas pelo ex-presidente Donald Trump.
Apesar da retração no dia, o principal índice da B3 acumulou alta de 6,07% em março e avanço de 3,27% no primeiro trimestre de 2025. O Ibovespa futuro com vencimento em abril recuou 1,25%, aos 131.065 pontos, com giro financeiro de R$ 20,3 bilhões.
Setores em destaque: commodities e bancos recuam
Entre as ações mais impactadas no pregão:
- Vale (VALE3): -1,49%
- CSN (CSNA3): -2,77%
- Itaú (ITUB4): -0,88%
- Bradesco (BBDC3 e BBDC4): -2,32% e -1,55%, respectivamente
As empresas do setor de papel e celulose também registraram perdas, refletindo a queda do dólar.
Por outro lado, apenas quatro ações encerraram o dia em alta. O destaque positivo foi Pão de Açúcar (PCRA3), com valorização de 13,56%.
Impacto das tarifas de Trump no mercado
O mercado operou sob influência da expectativa em torno das tarifas comerciais dos EUA. Alexsandro Nishimura, economista e diretor da Nomos, destacou que a incerteza global aumentou a aversão ao risco, afetando especialmente setores com maior peso no índice Ibovespa.
Já Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, afirmou que os investidores estão cautelosos antes do anúncio, previsto para 2 de abril, quando será divulgada a lista de países e produtos afetados.
O analista Bruno Komura, da Potenza Capital, ponderou que Trump pode usar a questão tarifária como ferramenta de negociação, o que gera volatilidade nos mercados. Outros fatores de atenção incluem o cessar-fogo na guerra entre Rússia e Ucrânia e a relação dos EUA com Irã no acordo nuclear.
Dólar e juros futuros acompanham cenário externo
O dólar comercial fechou em queda de 0,93%, cotado a R$ 5,7073. No mês, a moeda americana acumulou recuo de 3,52%, e no trimestre, de 7,64%. A movimentação foi influenciada pelo fechamento da Ptax, além da expectativa sobre as tarifas de Trump e os dados do mercado de trabalho dos EUA.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) também recuaram, acompanhando o movimento das Treasuries no exterior:
- DI para janeiro de 2026: 15,025% (ante 15,115%)
- DI para janeiro de 2027: 14,925% (ante 15,060%)
- DI para janeiro de 2028: 14,720% (ante 14,855%)
- DI para janeiro de 2029: 14,715% (ante 14,820%)
Wall Street fecha mista com incertezas sobre tarifas
Nos Estados Unidos, os principais índices de ações fecharam de forma mista, refletindo oscilações diante da expectativa pelos planos tarifários de Trump:
- Dow Jones: +1,00%, 42.001,76 pontos
- Nasdaq 100: -0,14%, 17.299,4 pontos
- S&P 500: +0,55%, 5.611,85 pontos
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