Ibovespa e dólar fecham a semana em queda

A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) encerrou o pregão desta sexta-feira (12) em queda de 0,61%, aos 142.271,58 pontos. O movimento refletiu o clima de cautela dos investidores após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete réus pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

A possibilidade de sanções dos Estados Unidos contra o Brasil, somada às expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) na próxima semana, reforçou a aversão ao risco. No acumulado da semana, o Ibovespa recuou 0,28%.

Reação internacional aumenta cautela dos investidores

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou ontem que o governo norte-americano reprovou a condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão e prometeu “responder à altura”. O Itamaraty reagiu, defendendo a legitimidade do Judiciário brasileiro.

O analista Felipe SantAnna, do grupo Axia Investing, destacou que o tom na Bolsa foi de prudência:

“Queremos saber qual será a reação dos EUA e como isso vai impactar os investimentos estrangeiros no Brasil”, disse.

Desempenho das principais ações

As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) caíram 0,88% e 0,66%, enquanto Itaú (ITUB4) recuou 1,50%. O giro financeiro da sessão somou R$ 16,4 bilhões.

Em Nova York, os índices fecharam mistos: Dow Jones recuou 0,59% (45.834,22 pontos), Nasdaq 100 caiu 0,03% (22.141,10 pontos) e o S&P 500 perdeu 0,32% (6.584,29 pontos).

Especialistas avaliam impactos no mercado

Segundo Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, parte dos investidores desmontou posições em ativos brasileiros diante do risco de retaliações norte-americanas.

O CEO da Trade Arena, Gabriel Jardim, afirmou que a decisão do STF aumentou a incerteza política:

“Com a condenação e o assassinato do americano Charlie Kirk, há expectativa de maior agressividade do ex-presidente Donald Trump nas sanções.”

Dólar recua e atinge menor valor desde junho

O dólar comercial caiu 0,70%, cotado a R$ 5,3536, o menor patamar desde 7 de junho de 2024. A divisa acumula desvalorização de 13% em 2025 e recuo semanal de 1,13%.

O economista André Perfeito avaliou que a queda da moeda reflete a perspectiva de que Tarcísio de Freitas ganhe força como candidato da direita nas eleições de 2026.

Juros futuros e dados econômicos

Os contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram próximos da estabilidade. O DI para janeiro de 2026 fechou em 14,895%. Já o para janeiro de 2027 projetou 14,05%, e o de 2029 manteve 13,215%.

Mais cedo, o IBGE informou que o setor de serviços avançou 0,3% em julho, em linha com as projeções.

No exterior, investidores acompanharam sinais de moderação na inflação e enfraquecimento do mercado de trabalho nos EUA, fatores que reforçam a expectativa de cortes na taxa básica de juros pelo Federal Reserve já na próxima semana.

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