Ibovespa fecha em alta com balanços e cenário macroeconômico no radar

O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (20) com leve alta de 0,22%, aos 127.600,58 pontos, impulsionado por balanços corporativos e incertezas no cenário macroeconômico interno e externo. O Ibovespa futuro com vencimento em abril avançou 0,05%, aos 129.485 pontos, enquanto o volume financeiro negociado foi de R$ 19,6 bilhões. Em Nova York, os principais índices acionários recuaram, refletindo preocupações econômicas.

Influência dos balanços e do ambiente político

O mercado brasileiro operou em um dia de agenda esvaziada, mas reagiu às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a inflação e medidas econômicas. Além disso, investidores analisaram os resultados financeiros de empresas como Vale (VALE3), Banco do Brasil (BBAS3) e Gerdau (GGBR4).

As ações da Petrobras (PETR3 +0,59%; PETR4 +0,15%) que tem um peso grande no Ibovespa, subiram com o pagamento de dividendos, enquanto o Banco do Brasil caiu 2,97% após divulgar seu balanço. Entre os destaques positivos, a Vale registrou alta de 3,68%, mesmo após reportar prejuízo no quarto trimestre. A mineradora anunciou a distribuição de US$ 2 bilhões em dividendos para março, além de um plano de recompra de ações e redução de custos.

Por outro lado, papéis da Gerdau (-5,35%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4 -4,91%) e Assaí (ASAI3 -1,69%) recuaram após a divulgação de seus resultados.

No campo político, o destaque foi a derrubada do sigilo dos vídeos da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aumentando a volatilidade no mercado.

Cenário externo e impacto nos mercados

No exterior, investidores acompanharam falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed) e novos sinais das relações entre Estados Unidos e China. O presidente americano Donald Trump indicou que espera uma visita do presidente chinês Xi Jinping, sinalizando possível avanço em acordos comerciais.

Entre as falas do Fed, Alberto Musalem, do Fed de St. Louis, destacou a força da economia americana, mas alertou para riscos inflacionários persistentes. Já Austan Goolsbee, do Fed de Chicago, minimizou preocupações com o índice PCE, que será divulgado na próxima semana, mesmo após o índice de preços ao consumidor apresentar alta de 0,5% em janeiro.

O dólar comercial fechou em queda de 0,37%, cotado a R$ 5,7043, refletindo o otimismo com as negociações entre EUA e China. Segundo Marcos Weigt, head de Tesouraria do Travelex Bank, a moeda pode recuar ainda mais se o cenário externo permanecer estável. Para Flávio Serrano, economista-chefe do Banco Bmg, a política externa americana também contribui para a queda do dólar.

Juros futuros em queda

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em baixa, com ajuste técnico e expectativa de desaceleração da economia brasileira:

  • DI jan/2026: 14,645% (de 14,680%)
  • DI jan/2027: 14,620% (de 14,695%)
  • DI jan/2028: 14,465% (de 14,520%)
  • DI jan/2029: 14,475% (de 14,470%)

Bolsas americanas em queda

Os principais índices de ações dos EUA encerraram o pregão em baixa, pressionados por resultados abaixo do esperado do Walmart, o que reacendeu temores sobre o consumo:

  • Dow Jones: -1,01%, aos 44.176,65 pontos
  • Nasdaq 100: -0,47%, aos 19.962,4 pontos
  • S&P 500: -0,43%, aos 6.117,52 pontos

Perspectivas do mercado

Para João Kepler, CEO da Equity Fund Group, a reeleição de Donald Trump pode impactar empresas brasileiras devido às tarifas protecionistas dos EUA. Companhias com produção local, como Gerdau, Braskem e JBS, podem se beneficiar, enquanto aquelas com dívidas em dólar podem enfrentar maiores desafios devido à volatilidade cambial.


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