
O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira (4), impulsionado pela expectativa de corte de juros nos Estados Unidos ainda neste mês, durante a reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) nos dias 16 e 17. O movimento foi reforçado pelos dados mais fracos do mercado de trabalho norte-americano e pelo avanço das ações de bancos e do setor de varejo.
O índice da B3 oscilou entre a mínima de 139.832,12 pontos e a máxima de 141.481,83 pontos, encerrando em alta de 0,80%, aos 140.993,25 pontos. O giro financeiro somou R$ 17,8 bilhões. Às 17h13, o Ibovespa futuro para outubro avançava 0,84%, aos 142.995 pontos.
Ações em destaque
- Petrobras (PETR4): estável no pregão;
- Itaú (ITUB4): +0,39%;
- Banco do Brasil (BBAS3): +0,69%;
- Bradesco (BBDC4): +2%;
- Magazine Luiza (MGLU3): +5,23%.
Dados dos EUA sustentam otimismo
O relatório ADP mostrou criação de 54 mil vagas no setor privado em agosto, abaixo da estimativa de 75 mil. Os pedidos semanais de seguro-desemprego subiram para 237 mil, acima da expectativa de 230 mil.
Ontem, o relatório Jolts indicou 7,181 milhões de vagas abertas em julho, queda frente às 7,357 milhões registradas no mês anterior.
Esses números reforçam a leitura de um mercado de trabalho menos aquecido, aumentando a aposta de corte de juros pelo Federal Reserve. Na CME (Chicago Mercantile Exchange), a probabilidade de redução em setembro varia entre 96% e 97%.
Análises de mercado
Para Danilo Coelho, economista da FBNF, o setor de varejo e consumo foi determinante para o desempenho positivo do índice. “O mercado reage a dados que reforçam a chance de queda de juros nos EUA, o que favorece setores sensíveis a crédito, como varejo e consumo”, afirmou.
O operador Armstrong Hashimoto, da Venice Investimentos, destacou que a agenda doméstica esteve esvaziada e os investidores acompanharam de perto os números norte-americanos. “O payroll, que sai amanhã (5), será determinante para consolidar essa expectativa”, disse.
O economista Ian Lopes, da Valor Investimentos, reforçou que o foco segue no relatório de empregos. Já o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, apontou cautela: “Existe expectativa de que o payroll confirme a visão de um mercado de trabalho mais fraco”.
Dólar e juros futuros
O dólar comercial caiu 0,12%, cotado a R$ 5,4468, refletindo as expectativas para o payroll.
Os contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) fecharam em queda, acompanhando o movimento externo:
- DI jan/2026: 14,885% (de 14,890%);
- DI jan/2027: 13,975% (de 13,995%);
- DI jan/2028: 13,325% (de 13,350%);
- DI jan/2029: 13,300% (de 13,330%).
Bolsas americanas
Os principais índices de Nova York também fecharam no positivo, sustentados pela expectativa de corte de juros:
- Dow Jones: +0,77%, aos 45.621,29 pontos;
- Nasdaq 100: +0,98%, aos 21.707,69 pontos;
- S&P 500: +0,83%, aos 6.502,08 pontos.
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