Ibovespa fecha em alta e bate recorde histórico, dólar cai

O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (15) em alta de 0,89%, aos 143.546,58 pontos, renovando seu recorde histórico de fechamento interdiário em 144.193,58 pontos. O movimento foi impulsionado pela expectativa de corte de juros nos Estados Unidos e possível flexibilização da política monetária no Brasil.

Os investidores reagiram ao tom mais dovish do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, em meio à reunião que definirá a taxa básica de juros norte-americana na quarta-feira (17). No Brasil, a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) também acontece nesta quarta, com o mercado projetando manutenção da Selic em 15%, mas já com sinais de cortes ainda em 2025 ou no início de 2026.

Destaques da B3

O pregão foi positivo para o setor de consumo. Magazine Luiza (MGLU3) disparou 7,41% e Lojas Renner (LREN3) avançou 2,33%. Entre as commodities, Vale (VALE3) subiu 0,87% e Petrobras (PETR3 e PETR4) ganhou 1,45% e 0,86%, respectivamente.

Os bancos também tiveram alta generalizada, exceto Banco do Brasil (BBAS3), que recuou 2,19%. Já a Embraer (EMBR3) caiu 1,09% diante da possibilidade de seus aviões deixarem a lista de exceções tarifárias do governo Donald Trump. Exportadoras como Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) sentiram a queda do dólar.

Mercado internacional e cenário político

Mais cedo, o presidente dos EUA, Donald Trump, pressionou Powell por cortes mais agressivos:

“‘Tarde demais’ – DEVE REDUZIR AS TAXAS DE JUROS, AGORA, E MAIOR DO QUE ELE IMAGINAVA. O MERCADO IMOBILIÁRIO VAI DISPARAR!!!”, escreveu em suas redes sociais.

Em Nova York, os índices acionários também fecharam em alta:

  • Dow Jones: +0,11%, a 45.883,45 pontos;
  • Nasdaq 100: +0,94%, a 22.348,74 pontos;
  • S&P 500: +0,47%, a 6.615,28 pontos.

Análises e expectativas

Segundo Bruno Komura, analista da Potenza Capital, o corte de 0,25 ponto percentual pelo Fed já está precificado. “A dúvida é se teremos dois ou três cortes até dezembro. O comunicado deve trazer pistas, mas a fala de Powell deve ser mais dovish do que em Jackson Hole”, afirmou.

Para Daniel Teles, sócio da Valor Investimentos, a expectativa de cortes sucessivos nos EUA anima as bolsas emergentes. “Mesmo com o IBC-Br abaixo do consenso, o impacto foi limitado, pois o driver principal é externo”.

O boletim Focus mostrou queda na projeção da inflação de 2025, de 4,85% para 4,83%, e para 2027, de 3,93% para 3,90%, com estabilidade em 2026 (4,30%) e 2028 (3,70%). Houve ainda redução na mediana para a Selic em 2026, de 12,50% para 12,38%.

Câmbio e juros futuros

O dólar comercial caiu 0,60%, cotado a R$ 5,3211, refletindo as apostas de corte de juros pelo Fed. Para o sócio da Ethimos Investimentos, Lucas Brigato, “R$ 5,30 é o novo suporte do dólar”.

Os contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) também recuaram:

  • Jan/2026: 14,890% (ante 14,900%);
  • Jan/2027: 13,990% (ante 14,025%);
  • Jan/2028: 13,250% (ante 13,305%);
  • Jan/2029: 13,145% (ante 13,210%).