
Ibovespa encerra em alta e renova recorde histórico
A Bolsa brasileira fechou em alta pelo segundo dia consecutivo nesta sexta-feira (5), contrariando o desempenho negativo dos mercados externos. O Ibovespa subiu 1,16%, aos 142.640,14 pontos, renovando a máxima histórica de fechamento e também no intraday.
O movimento foi impulsionado pelo payroll mais fraco nos Estados Unidos, que reforçou as apostas de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) na reunião de 16 e 17 de setembro. Na semana, o índice acumulou valorização de 0,86%.
O giro financeiro foi de R$ 21,7 bilhões. Às 17h18, o contrato futuro de Ibovespa para outubro avançava 1,07%, a 144.515 pontos.
Ações em destaque: Magazine Luiza dispara e Petrobras recua
Menos de 20 papéis do índice encerraram no negativo. Entre as maiores altas do pregão, Magazine Luiza (MGLU3) disparou 7,16%, Ultrapar (UGPA3) avançou 6,58% e Banco do Brasil (BBAS3) subiu 3,57%.
Na ponta contrária, Petrobras (PETR3 e PETR4) caiu 2,25% e 1,51%, respectivamente, refletindo a baixa do petróleo no mercado internacional.
Payroll reforça expectativa de corte de juros nos EUA
Nos Estados Unidos, foram criados 22 mil postos de trabalho em agosto, bem abaixo da expectativa de 75 mil. A taxa de desemprego ficou em 4,3%, em linha com as projeções, enquanto o salário médio por hora subiu 0,3% na base mensal e 3,7% em 12 meses, levemente abaixo da estimativa de 3,8%.
A revisão do dado de julho elevou a criação de vagas de 73 mil para 79 mil. O resultado aumentou a percepção de desaceleração da economia americana e reforçou a possibilidade de início do ciclo de cortes de juros pelo Fed ainda em setembro.
Analistas explicam o movimento da Bolsa
Segundo Gustavo Mendonça, da Valor Investimentos, o índice foi puxado pelos grandes bancos e pela expectativa de queda de juros nos EUA. Já Christian Iarussi, da The Hill Capital, destacou o impacto da queda nas taxas futuras e a redução de incertezas no setor financeiro.
Para Lucas Barbosa, da Ativa Investimentos, o payroll fraco beneficia varejistas como Magazine Luiza, mas a queda de Petrobras pesou no índice. Gustavo Cruz, da RB Investimentos, afirmou que os números dão margem para o Fed cortar juros mesmo com inflação ainda elevada.
O economista Nicolas Borsoi, da Nova Futura, avalia que a ala dovish do Fed deve prevalecer, abrindo espaço até para cortes maiores, a depender do próximo CPI.
Câmbio e juros futuros também reagem ao payroll
O dólar comercial caiu 0,58%, a R$ 5,4150, acumulando queda de 0,13% na semana. A expectativa de corte de juros nos EUA favoreceu moedas emergentes, como o real.
Os contratos futuros de DI encerraram em queda, acompanhando o otimismo global com o payroll mais fraco.
Bolsas americanas recuam
Enquanto a B3 renovou recorde, os índices de Nova York fecharam em campo negativo:
- Dow Jones: -0,48%, aos 45.400,86 pontos
- Nasdaq 100: -0,03%, aos 21.700,38 pontos
- S&P 500: -0,32%, aos 6.481,50 pontos
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