Em um pregão marcado pela alta volatilidade, o Ibovespa encerrou a sessão desta segunda-feira (15) com queda de 0,16%, aos 129.245,39 pontos, em meio a incertezas sobre as tarifas comerciais dos Estados Unidos e à proximidade do vencimento de opções sobre o índice, previsto para esta terça-feira (16). O índice oscilou entre a máxima de 129.927,08 pontos e a mínima de 128.951,12 pontos.
O recuo veio acompanhado de uma queda expressiva nas commodities, com destaque negativo para ações de Petrobras (PETR3 -1,85%; PETR4 -2,30%) e Vale (VALE3 -1,01%). O volume financeiro negociado somou R$ 20,3 bilhões.
O ambiente externo teve forte influência sobre os negócios. No fim de semana, o ex-presidente Donald Trump recuou sobre a aplicação de novas tarifas para produtos eletrônicos e automóveis, gerando instabilidade nos mercados.
“Existem incertezas com as tarifas do Trump, e isso traz volatilidade. Nosso mercado está descolado em alguns momentos, mas o vencimento de opções e de índice futuro interfere bastante. Isso pressiona os preços e dificulta uma recuperação”, avaliou Alan Martins, analista técnico da Nova Futura Investimentos.
A aversão ao risco no cenário global também impactou o mercado de câmbio. O dólar comercial subiu 0,66%, encerrando o dia cotado a R$ 5,8905. A valorização da moeda americana refletiu o aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, com novas acusações de descumprimento de acordos.
“A alta do dólar mostra como os países emergentes, como o Brasil, são vulneráveis a choques externos. O investidor sente o risco e retira o capital, o que pressiona o câmbio”, explicou Davi Lelis, sócio da Valor Investimentos.
Segundo Bruno Shahini, especialista da Nomad, a postura imprevisível de Trump segue como principal fonte de instabilidade:
“Apesar de algumas sinalizações pontuais agradarem ao mercado, a falta de clareza ainda pesa nos preços dos ativos”.
No mercado de juros, os contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta, descolando parcialmente do movimento das treasuries americanas e refletindo apostas sobre o corte de juros nos Estados Unidos.
Confira as taxas dos DIs às 16h39 (horário de Brasília):
- DI jan/26: 14,730% (de 14,695%)
- DI jan/27: 14,260% (de 14,165%)
- DI jan/28: 14,060% (de 13,950%)
- DI jan/29: 14,160% (de 14,025%)
“Enquanto o cenário global permanecer incerto, o dólar e os juros seguirão voláteis. Poucos acreditam que essas tarifas sejam permanentes, mas o impacto no curto prazo é inevitável”, comentou Marcos Weigt, head de Tesouraria do Travelex Bank.
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários fecharam o dia em queda, após uma sessão instável marcada pela divulgação de resultados corporativos do primeiro trimestre. O Ibovespa fechou em linha com as principais bolsas do mundo.
Desempenho dos índices em Nova York:
- Dow Jones: -0,38%, aos 40.368,96 pontos
- Nasdaq 100: -0,05%, aos 16.823,17 pontos
- S&P 500: -3,46%, aos 5.396,63 pontos
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