Ibovespa fecha em queda com temores sobre guerra comercial

O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (16) em baixa de 0,72%, aos 128.316,89 pontos, pressionado por fatores externos e internos que aumentaram a aversão ao risco dos investidores. A queda foi influenciada principalmente pelas ações da Vale, que recuaram após divulgação de dados de produção e vendas, e pelo ambiente externo negativo, marcado por tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

O volume financeiro somou R$ 51,29 bilhões, em sessão marcada pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa e contratos futuros do índice, além da véspera do vencimento de opções sobre ações, antecipado devido ao feriado na sexta-feira.

Tensões comerciais e impacto nas ações globais

O mercado global foi afetado por novas medidas da administração Trump, que anunciou a possibilidade de elevar tarifas sobre produtos chineses para até 245%, como parte de uma estratégia para pressionar Pequim em questões comerciais e de segurança nacional. Além disso, a Nvidia revelou que espera um prejuízo de US$ 5,5 bilhões devido à proibição de exportar seus chips H20 para a China, o que levou a uma queda de até 10% em suas ações e impactou negativamente o setor de tecnologia.

Discurso de Powell e perspectivas econômicas

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, alertou que as tarifas impostas podem aumentar a inflação nos Estados Unidos, desafiando os esforços do banco central em manter a estabilidade de preços e o pleno emprego. Ele destacou que, se totalmente implementadas, as tarifas podem levar a um cenário de estagflação, dificultando a eficácia da política monetária.

Desempenho do dólar e juros futuros

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 0,41%, cotado a R$ 5,8662, oscilando entre R$ 5,8518 e R$ 5,9158 ao longo do dia. A desvalorização reflete a cautela dos investidores diante das tensões comerciais e das incertezas econômicas globais.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam mistas, com o DI para janeiro de 2026 em 14,730%, o DI para janeiro de 2027 em 14,205%, o DI para janeiro de 2028 em 14,005% e o DI para janeiro de 2029 em 14,115%.

Cenário global e perspectivas

A Organização Mundial do Comércio (OMC) projetou uma queda de 0,2% no comércio global de bens em 2025, atribuindo a desaceleração às políticas tarifárias dos Estados Unidos e às disputas comerciais em curso com a China. A OMC alertou que a incerteza nas políticas comerciais está prejudicando o crescimento econômico global, especialmente em economias vulneráveis.

Diante desse cenário, os investidores permanecem atentos às próximas decisões de política econômica e aos desdobramentos das negociações comerciais entre as maiores economias do mundo, que continuam a influenciar os mercados financeiros globais,derrubando as bolsas em todo mundo, inclusive o Ibovespa.

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