O Ibovespa encerrou a quinta-feira (16) com queda de 0,28%, aos 142.200,02 pontos, num pregão marcado por alta volatilidade e indefinição de tendência. O índice alternou momentos positivos e negativos, mas nunca com grande amplitude.
O dólar comercial também ficou pressionado, permanecendo negativo quase toda a sessão e fechando em queda de 0,36%, a R$ 5,442.
No campo dos juros, os DIs terminaram mistos, com predominância de alta na curva, refletindo cautela do mercado com o cenário fiscal e a política monetária em vigor.
IBC-Br volta a crescer, mas ritmo da atividade preocupa
O dia começou com a divulgação do IBC-Br, prévia do PIB do Banco Central. O índice de agosto subiu 0,4%, interrompendo três meses de baixa, mas o avanço foi inferior ao projetado pelo mercado.
Economistas destacam que a atividade doméstica desacelerou na segunda metade do ano, em meio a juros elevados, aumento da inadimplência e do endividamento das famílias. Por outro lado, o crescimento sólido da renda tem ajudado a amenizar o impacto negativo no curto prazo.
Selic restritiva e temor fiscal mantêm investidores atentos
Apesar da alta do IBC-Br, o otimismo não prevaleceu no mercado. A preocupação fiscal, inflação acima da meta e o apertamento monetário realizado pelo Banco Central mantêm os investidores cautelosos.
“O dado tem lado positivo, mas veio abaixo do esperado. A economia não está andando conforme o previsto”, analisa Patrick Buss, especialista da Manchester Investimentos.
Autoridades do BC reforçam o posicionamento restritivo: a Selic permanece em 15% ao ano e a política deve seguir assim para fazer frente aos impactos defasados na economia.
Destaques positivos e negativos no pregão
As ações dos bancos ajudaram a evitar perdas maiores do Ibovespa. Banco do Brasil subiu 0,25%, Bradesco avançou 1,15% e Eletrobras ganhou 0,45%. A WEG disparou 2,70% com aquisição de participação na Tupinambá Energia.
Entre os destaques negativos, Vale caiu 0,92% diante de recuo do minério de ferro na China, Petrobras perdeu 1,01% com queda internacional do petróleo, e varejistas como Magazine Luiza (-7,97%) e Assaí (-3,57%) também sofreram baixas expressivas no dia
Panorama internacional: Wall Street em baixa e Europa resiliente
Nos EUA, os principais índices fecharam no vermelho, apesar dos bons balanços trimestrais dos bancos, devido às preocupações com inadimplência e crédito. Comentários do diretório do Federal Reserve esfriaram expectativas de crescimento.
Na Europa, o destaque foi para o mercado francês, que atingiu máxima de sete meses após governo local sobreviver a voto de confiança no Parlamento.
Ouro superou US$ 4,3 mil, refletindo fuga de investidores em meio à deterioração dos mercados americanos.
Dólar recua no Brasil, acompanhando movimento global
Em meio à guerra comercial entre EUA e China e à expectativa de cortes de juros pelo Fed, o dólar fechou em baixa de 0,36% no Brasil, cotado a R$ 5,4433. No ano, a moeda acumula recuo de mais de 11%.
A perspectiva de juros estáveis no Brasil, com Selic firme em 15%, continua estimulando o fluxo de dólares para o país.





