O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (24) com alta expressiva de 1,78%, aos 134.580,43 pontos, atingindo a máxima do ano, dólar cai pelo quinta vez consecutiva. O desempenho foi impulsionado pela valorização de ações de bancos, commodities metálicas e pela queda na curva de juros futuros, em meio a declarações do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, e ao otimismo nos mercados internacionais.
Bancos e commodities lideram ganhos
Entre os destaques positivos, a Vale (VALE3) subiu 1,56% na expectativa pelo balanço do 1T25, divulgado após o fechamento. A CSN (CSNA3) teve alta de 2,51%. O setor bancário também contribuiu fortemente para a alta do índice, com exceção do Banco do Brasil (BBAS3), que recuou 1,21%. Já a Petrobras (PETR3 e PETR4) teve leve queda, de 0,73% e 0,45%, respectivamente.
Dólar em queda com fluxo estrangeiro
O dólar comercial caiu 0,42%, encerrando o dia cotado a R$ 5,6927. O dólar futuro para maio recuou 0,39%, a R$ 5.687,50. A desvalorização reflete o maior fluxo de capital estrangeiro para países emergentes, em meio à crescente perda de credibilidade dos Estados Unidos, segundo analistas.
Ubirajara Silva, gestor de renda variável, afirmou que o enfraquecimento do dólar está ligado à migração de investidores internacionais. Leonardo Santana, da Top Gain, reforça que declarações instáveis do ex-presidente Donald Trump acentuaram a percepção de risco nos EUA, favorecendo países como o Brasil.
Juros futuros caem com falas do BC
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) caíram fortemente após falas de Diogo Guillen durante evento em Washington. O diretor afirmou que o cenário exige “cautela e flexibilidade”, com destaque para os riscos elevados tanto no ambiente doméstico quanto externo.
Confira as taxas dos DIs por volta das 16h16:
- DI jan/26: 14,570% (de 14,665%)
- DI jan/27: 13,805% (de 14,015%)
- DI jan/28: 13,455% (de 13,735%)
- DI jan/29: 13,550% (de 14,885%)
Analistas destacam fatores locais e internacionais
Segundo Felipe SantAnna, o mercado foi impulsionado pelo fluxo positivo em todos os setores, enquanto o tom mais conciliador adotado por Trump também ajudou a reduzir tensões. Bruno Komura reforça que a sinalização de moderação na inflação contribui para a valorização dos ativos locais.
Já André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, vê nas falas dos diretores do BC um indicativo de que as taxas de juros podem continuar subindo nas próximas reuniões. Ricardo Leite, da Diagrama Investimentos, acrescenta que a bolsa brasileira está “barata e atrativa para o investidor estrangeiro”, especialmente nos setores de bancos e commodities.
Bolsas em NY fecham em alta
Os principais índices de ações dos EUA encerraram o dia no positivo, impulsionados por empresas de tecnologia e expectativas de avanço nas negociações comerciais:
- Dow Jones: +1,07%, aos 39.606,57 pontos
- Nasdaq 100: +2,50%, aos 16.708,05 pontos
- S&P 500: +1,67%, aos 5.375,86 pontos
Tensão comercial entre EUA e China segue no radar
Apesar de rumores sobre uma possível redução das tarifas dos EUA sobre produtos chineses, o governo chinês negou negociações e exigiu a eliminação de todas as tarifas unilaterais. O porta-voz do Ministério do Comércio, He Yadong, classificou as especulações como “notícias falsas”.
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