Ibovespa recua 0,39%, mas segue acima dos 138 mil pontos

O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (14) com queda de 0,39%, aos 138.422,84 pontos, devolvendo parte dos ganhos históricos registrados na sessão anterior. Mesmo com a baixa de 540,27 pontos, o Ibovespa continua acima da antiga máxima de fechamento, registrada em 28 de agosto de 2024, quando atingiu 137.343,96 pontos — o que, no jargão do mercado, representa uma “queda para cima”.

O dólar comercial avançou 0,42%, cotado a R$ 5,632, em um dia marcado por forte volatilidade. Já os contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs), que refletem as expectativas de juros futuros, fecharam em alta ao longo de toda a curva.

Wall Street mista e Europa em queda moderada

O cenário internacional teve uma sessão mais estável, apesar das incertezas acumuladas nos últimos meses. As bolsas norte-americanas fecharam de forma mista, com pouca oscilação, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seguia em visita ao Oriente Médio.

Na Europa, os principais índices registraram quedas moderadas, indicando um movimento de acomodação após recentes oscilações.

Serviços crescem menos e sinalizam desaceleração

No Brasil, o destaque do dia foi o resultado do setor de serviços, que cresceu em março, mas abaixo do esperado, sinalizando possível desaceleração da atividade econômica. Segundo relatório da XP Investimentos, os números confirmam uma tendência de enfraquecimento gradual da economia doméstica, o que pode impactar o Ibovespa.

“O índice geral de serviços e alguns de seus componentes importantes registraram a primeira queda trimestral após um longo período de alta”, avaliou a corretora. Apesar disso, o mercado de trabalho robusto e medidas de estímulo seguem como fatores de sustentação.

O varejo de março, que será divulgado nesta quinta-feira (15), deve trazer novos indicativos sobre o ritmo da economia.

Balanços pressionam ações: Azul despenca 16%

O mercado acompanhou a divulgação de balanços do primeiro trimestre de 2025, com impactos relevantes sobre papéis de grandes companhias. A maior queda do dia foi da Azul (AZUL4), que despencou 16,08% após reportar prejuízo 5,6 vezes maior que o do mesmo período de 2024, frustrando investidores com o aumento de custos. Em 2025, a ação já acumula queda superior a 66%, refletindo preocupações que também se refletem no Ibovespa.

A CVC (CVCB3), embora tenha reduzido seu prejuízo em 78,5%, também fechou em baixa de 3,64%. A empresa anunciou que pretende desacelerar a abertura de lojas neste ano, mas manterá expansão acima da média do setor.

Agro oscila com balanços; Vale e Petrobras em baixa

No agronegócio, a Boa Safra Sementes (SOJA3) teve forte alta de 8,45% impulsionada por números positivos, enquanto a Raízen (RAIZ4) recuou 4,47% após divulgação dos resultados. A SLC Agrícola (SLCE3) caiu 1,69%, mesmo com projeções otimistas para a retomada de sua alavancagem em 2026 e manutenção dos dividendos.

A JBS (JBSS3) também registrou queda de 3,67%, apesar de ter aumentado seu lucro em 77% no 1T25. A frustração ficou por conta do fluxo de caixa abaixo do esperado.

Entre as blue chips, a Vale (VALE3) oscilou bastante e terminou com recuo de 0,49%, mesmo com a alta do minério de ferro na China. A Petrobras (PETR4) caiu 0,68%, refletindo tanto a baixa do petróleo no mercado internacional quanto declarações de executivas da empresa. A presidente Magda Chambriard afirmou que o cenário à frente é “mais desafiador ainda”, enquanto a diretora de Exploração e Produção, Sylvia dos Anjos, garantiu que não haverá cortes nos investimentos previstos.

B3 recua mesmo com alta em volume; bancos amenizam queda

A B3 (B3SA3) reportou aumento de 12,5% no volume financeiro negociado em abril, mas ainda assim fechou com queda de 2,01%. Os grandes bancos ajudaram a segurar o Ibovespa: o Itaú Unibanco (ITUB4) subiu 0,68%, enquanto o Bradesco (BBDC4) destoou com leve baixa de 0,13%.

Agenda econômica: varejo no Brasil e PIB na Europa

Nesta quinta-feira (15), os investidores acompanham a divulgação dos dados de vendas no varejo no Brasil referentes a março, além dos números do setor nos Estados Unidos para o mês de abril. Na Europa, será publicada uma nova prévia do PIB do primeiro trimestre. Apesar do momento de relativa calmaria nos mercados, a atenção segue redobrada diante dos riscos potenciais no horizonte que podem influenciar o Ibovespa.

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