
O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira (11), renovando sua máxima histórica intradiária aos 144.012,50 pontos, impulsionado pelo otimismo global diante das expectativas de corte de juros nos Estados Unidos. O principal índice da B3 avançou 0,56%, encerrando o pregão aos 143.150,84 pontos, com giro financeiro de R$ 19,2 bilhões.
Às 17h30 (horário de Brasília), o contrato futuro do Ibovespa para outubro subia 0,35%, aos 144.885 pontos. Em Nova York, os índices acionários também fecharam no positivo, refletindo a leitura de inflação e dados de emprego nos EUA.
Mercado acompanha cenário externo e político
O aumento das apostas para cortes de juros pelo Federal Reserve — com expectativa de redução já na próxima reunião do Fomc (16 e 17 de setembro) e mais dois cortes ainda este ano — sustentou o bom humor dos investidores.
No campo político doméstico, os agentes monitoraram o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que já formou maioria para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Dados de inflação e emprego nos EUA
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA subiu 0,4% em agosto, acima da projeção de 0,3%. O núcleo do índice avançou 0,3% no mês, acumulando alta de 3,1% em 12 meses, mesma taxa registrada em julho.
Além disso, os pedidos semanais de seguro-desemprego chegaram a 263 mil, bem acima da estimativa de 235 mil, reforçando a visão de desaquecimento gradual do mercado de trabalho e elevando as apostas por cortes de juros.
Destaques da bolsa brasileira
Entre as ações, a Vale (VALE3) avançou 0,95%, apoiada pela recuperação do minério de ferro, enquanto a Petrobras (PETR3 -1,16% / PETR4 -0,57%) recuou com a queda do petróleo.
Papéis ligados ao mercado interno e sensíveis a juros tiveram bom desempenho, com destaque para Magazine Luiza (MGLU3), que disparou 8%. Bancos também avançaram em bloco.
Expectativas do mercado
Segundo Anderson Silva, head de renda variável da GT Capital, a expectativa de juros mais baixos nos EUA aumenta a atratividade dos ativos de risco em emergentes.
“O cenário externo favorece a valorização das empresas listadas, pois aumenta o valor presente dos lucros futuros”, explicou.
Para Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos, os dados reforçam o cenário de três cortes de 0,25 ponto percentual nos EUA — em setembro, outubro e dezembro. Isso pode abrir espaço para que o Banco Central brasileiro inicie reduções de juros em 2026.
Já Paula Zogbi, estrategista da Nomad, avaliou que o CPI afasta a possibilidade de cortes mais agressivos, como 0,5 ponto percentual, mantendo o ritmo gradual de afrouxamento monetário.
Câmbio e juros futuros
O dólar comercial caiu 0,27%, cotado a R$ 5,3916, acompanhando o fluxo global de capitais para emergentes.
Nos juros futuros, os contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam majoritariamente em baixa:
- DI jan/2026: 14,895% (de 14,900%)
- DI jan/2027: 14,030% (de 13,005%)
- DI jan/2028: 13,285% (estável)
- DI jan/2029: 13,175% (de 13,200%)
Bolsas americanas em alta
Nos Estados Unidos, os principais índices encerraram em terreno positivo:
- Dow Jones: +1,36%, aos 46.108,00 pontos
- Nasdaq 100: +0,72%, aos 22.043,08 pontos
- S&P 500: +0,84%, aos 6.587,47 pontos
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