O Ibovespa surpreendeu mais uma vez e encerrou o pregão desta terça-feira (4) em alta de 0,17%, aos 150.704,20 pontos, marca histórica de fechamento — celebrando a décima sessão consecutiva de valorização, algo que não ocorria desde julho de 2024. O índice chegou a 150.887,55 pontos durante o dia, batendo o quinto recorde intradia seguido. No mês, já são sete altas sequenciais de máxima de fechamento, sinalizando otimismo persistente no mercado brasileiro.
Enquanto o Ibovespa segue rompendo máximas, o cenário externo indica cautela. Os principais índices de Wall Street encerraram a sessão em queda, refletindo preocupações de CEOs e gestores sobre uma possível correção de mais de 10% nas bolsas americanas nos próximos meses, diante de valuations elevados e temores de bolha em empresas de tecnologia e inteligência artificial.
Nomes influentes como Ted Pick (Morgan Stanley), David Solomon (Goldman Sachs) e Mike Gitlin (Capital Group) alertaram para possível dispersão nos resultados corporativos em 2026 e maior seletividade dos investidores. A queda de papéis como Palantir, Nvidia, AMD e Amazon refletiu o receio, enquanto gestores como Michael Burry (Scion Asset Management) reforçaram apostas de queda em grandes tecnológicas.
Na Europa, o temor de correção e resultados corporativos também pressionaram as bolsas para baixo.
Dólar e juros avançam; mercado de olho no Copom e produção industrial
O dólar comercial subiu 0,77%, cotado a R$ 5,399, enquanto os juros futuros (DIs) avançaram, influenciados pela cautela global. No Brasil, o ministro Fernando Haddad reafirmou promessa de melhor resultado fiscal desde 2015 e voltou a criticar a alta da taxa Selic, defendendo a necessidade de cortes nos juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) divulga amanhã decisão sobre a Selic, com expectativa de manutenção e atenção ao comunicado do Banco Central.
A produção industrial de setembro caiu 0,4% ante agosto, em linha com expectativas do mercado, apontando menor dinamismo no setor e efeito da política monetária restritiva.
Temporada de balanços 3T25 movimenta ações de grandes empresas
A semana segue agitada com a divulgação dos balanços do terceiro trimestre de 2025. A Embraer (EMBJ3) registrou bom desempenho, mas as ações recuaram 3,60% diante de expectativas não atendidas. Klabin (KLBN11) subiu 2,95%, impulsionada por geração de caixa. BB Seguridade (BBSE3) também avançou 1,20%, apesar de questionamentos sobre sustentabilidade dos resultados em 2026.
O Itaú Unibanco (ITUB4) divulgou balanço e fechou com leve queda de 0,30%, enquanto BB (BBAS3), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) registraram altas, dando fôlego ao índice.
CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) caíram após divulgação dos resultados. Vale (VALE3) teve queda de 1,12% por conta da demanda fraca na China. Petrobras (PETR4), por sua vez, subiu 0,50% mesmo diante de baixa do petróleo internacional e divulga resultados até o final da semana.




