Ibovespa sobe 0,49% e fecha aos 131.474,73 pontos

Mesmo com perdas expressivas em Nova York, onde o S&P 500 caiu 1,07% e o Nasdaq recuou 1,71%, o Ibovespa manteve sua trajetória positiva nesta terça-feira, 18 de março de 2025. O índice da B3 subiu 0,49%, encerrando o dia aos 131.474,73 pontos – o maior nível desde 16 de outubro de 2024 (131.749,72 pontos). Foi a quinta sessão consecutiva de ganhos e a terceira vez seguida que o Ibovespa renovou a máxima de fechamento do ano.

A sessão foi marcada por oscilações, com o índice variando entre a mínima de 130.721,97 e a máxima de 131.834,32 pontos. O giro financeiro alcançou R$ 21,3 bilhões. Na semana, o Ibovespa acumula alta de 1,95%, enquanto no mês avança 7,06%. No ano, a valorização já chega a 9,30%.

Destaques do Dia: JBS Lidera Ganhos

O grande destaque foi a JBS, que disparou 17,89%, impulsionada pelo acordo com a BNDESPar sobre a listagem dupla da companhia em Nova York e no Brasil. A BNDESPar, detentora de 20% das ações da JBS, decidiu abster-se de votar contra a proposta, o que animou os investidores. “As ações da JBS vinham em queda desde dezembro, mas a decisão trouxe otimismo ao mercado”, explica Matheus Lima, analista e sócio da Top Gain. O movimento também puxou outros frigoríficos, como Marfrig (+6,68%) e BRF (+7,15%). SLC Agrícola (+8,11%) também brilhou na ponta positiva.

Entre as blue chips, o desempenho foi misto. Vale ON subiu 0,74%, e Petrobras (ON +0,08%, PN +0,08%) fechou no azul, apesar da queda nos preços do minério de ferro e do petróleo. Já os grandes bancos variaram sem direção única: Itaú PN avançou 0,53%, enquanto Bradesco ON caiu 0,53%. Na ponta negativa, CVC (-3,47%), B3 (-3,06%) e Vamos (-2,63%) lideraram as perdas.

Descolamento de Nova York e Cenário Global

Diferentemente do cenário em Wall Street, o Ibovespa seguiu descolado das bolsas americanas, beneficiado por fatores domésticos e um ambiente positivo na Ásia e na Europa. “A aprovação do pacote fiscal alemão, com aumento de gastos públicos, trouxe perspectivas favoráveis para o continente, enquanto as negociações de paz entre Rússia, Ucrânia e EUA superaram as tensões no Oriente Médio”, observa Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

Nos mercados globais, o petróleo caiu: o WTI para maio recuou 0,92%, a US$ 66,75 o barril, e o Brent para o mesmo mês perdeu 0,71%, a US$ 70,56 o barril. Em Nova York, a cautela prevaleceu às vésperas da decisão do Federal Reserve (Fed) sobre juros, esperada para quarta-feira, 19. O consenso é de manutenção da taxa entre 4,25% e 4,50%, mas os investidores aguardam pistas sobre cortes no segundo semestre.

Copom e Política Monetária no Brasil

No Brasil, o mercado já precificou a alta de 1 ponto percentual da Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira, elevando a taxa a 14,25% ao ano. “A sinalização do Copom sobre os próximos passos será mais flexível. O ciclo de aperto monetário pode perder força, com redução no ritmo de altas nas próximas reuniões”, avalia Spiess. Ele prevê que o Banco Central ajuste sua comunicação, abrindo espaço para cortes na Selic no segundo semestre, possivelmente no fim de 2025.

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