O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (7) em alta de 1,47%, aos 136.527,62 pontos, marcando o quarto dia seguido de ganhos. O principal índice da B3 chegou a atingir a máxima intradiária de 137.007,28 pontos, impulsionado por balanços corporativos positivos, alta de ações de peso e um cenário internacional mais favorável, com expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve.
Entre os destaques da sessão, a Suzano (SUZB3) liderou os ganhos com alta de 4,88%, após divulgar um lucro de R$ 5 bilhões no 2T25, revertendo prejuízo anterior. As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram 0,70% e 0,55%, respectivamente, enquanto a Vale (VALE3) avançou 0,63%.
O volume financeiro negociado foi de R$ 23,8 bilhões. Às 17h15, o Ibovespa futuro com vencimento em agosto registrava alta de 1,34%, aos 136.795 pontos.
Segundo Felipe SantAnna, especialista da Axia Investing, o bom humor do mercado é resultado da combinação de resultados corporativos positivos e da redução das tensões diplomáticas com os Estados Unidos. “Papéis ainda baratos e expectativas de corte de juros nos EUA aumentam o apetite por risco”, afirmou.
Além disso, declarações do presidente Lula sobre não adotar tarifas de retaliação foram bem recebidas pelos investidores, segundo Gustavo Trotta, sócio da Valor Investimentos. “O mercado acompanha com atenção o desdobramento da guerra tarifária e a temporada de resultados de empresas como Petrobras, Magalu e B3”, disse.
Marcelo Boragini, da Davos Investimentos, destacou que o Ibovespa mostra força técnica ao romper resistências. “A bolsa buscou suporte nos 132 mil pontos e já rompeu os 134 mil, sinalizando um viés mais positivo”, avaliou.
Dólar cai 0,74% com expectativa de corte de juros nos EUA
No mercado de câmbio, o dólar comercial recuou 0,74%, fechando cotado a R$ 5,4226. A desvalorização da moeda americana reflete, sobretudo, o cenário externo e a aposta crescente de que o Federal Reserve iniciará o corte de juros em setembro.
Segundo Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ourbank, o ambiente de baixa liquidez favoreceu o real, diante da política monetária brasileira ainda restritiva, com a Selic em 15%.
Para Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas, o real foi beneficiado pelo carry trade, com a atratividade dos juros locais. “Com 96% de probabilidade de corte nos EUA, a diferença de taxa favorece a entrada de capital estrangeiro”, afirmou.
Outro fator citado por analistas foi a renúncia da diretora Adriana Kugler, do Fed, e os dados fracos do mercado de trabalho dos EUA em julho, que aumentaram a pressão para flexibilização monetária.
Juros futuros recuam com cenário externo
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em queda, acompanhando o movimento do dólar e os sinais de alívio nos juros globais.
- DI jan/26: 14,900% (estável)
- DI jan/27: 14,080% (de 14,155%)
- DI jan/28: 13,365% (de 13,475%)
- DI jan/29: 13,250% (de 13,390%)
Mercados nos EUA fecham mistos
Em Wall Street, os principais índices oscilaram após uma semana positiva:
- Dow Jones: -0,51% (43.968,64 pontos)
- Nasdaq 100: +0,35% (21.242,70 pontos)
- S&P 500: -0,08% (6.340,00 pontos)
Investidores monitoraram os lucros acumulados nos últimos dias e os sinais de desaceleração econômica nos EUA.
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