
O Ibovespa fechou em forte alta nesta terça-feira (12), impulsionado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, que veio abaixo das expectativas, reforçando a perspectiva de corte de juros no Brasil antes do segundo trimestre de 2026. O movimento foi fortalecido por dados de inflação nos Estados Unidos e bons resultados corporativos.
O principal índice da B3 avançou 1,68%, aos 137.913,68 pontos, após oscilar entre a mínima de 135.629,09 e a máxima de 138.414,25 pontos. O giro financeiro somou R$ 23,9 bilhões. O Ibovespa futuro para agosto subiu 1,72%, a 138.120 pontos.
No exterior, o otimismo foi sustentado pela expectativa de que o Federal Reserve (Fed) inicie cortes de juros em setembro. Em Nova York, Dow Jones (+1,10%), Nasdaq 100 (+1,39%) e S&P 500 (+1,13%) fecharam em alta.
Destaques da B3
No pregão, as ações da Sabesp (SBSP3) dispararam 10,60% e o BTG Pactual (BPAC11) avançou 13,11%, puxadas por resultados acima das estimativas. O setor financeiro e o varejo subiram em bloco. Na ponta negativa, a Natura (NATU3) recuou 7,97% após divulgação de balanço.
Entre as blue chips, Vale (VALE3) ganhou 1,04% acompanhando a alta do minério de ferro. Petrobras (PETR3, PETR4) encerrou com ganhos de 0,51% e 0,26%, respectivamente, apesar da perda de força no final do pregão.
Inflação abaixo do esperado
O IPCA de julho subiu 0,26% (projeção de 0,36%), acumulando alta de 5,23% em 12 meses até julho, abaixo da expectativa de 5,34%. A leitura reforçou apostas de corte da Selic na virada do ano.
Nos EUA, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) avançou 0,2% no mês e 2,7% em 12 meses, dentro das estimativas. A inflação mais branda fortaleceu a projeção de até três cortes de juros pelo Fed a partir de setembro.
Segundo Armstrong Hashimoto, da Venice Investimentos, “a inflação abaixo do esperado aqui e nos EUA trouxe conforto aos ativos de risco, derrubou a curva de juros e sustentou o rali da Bolsa”.
Para Carlos Thadeu, da BGC Liquidez, o cenário é “benigno” para a inflação, embora serviços subjacentes tenham subido acima do previsto. Já Gustavo Cruz, da RB Investimentos, destacou que a queda nos preços de energia, vestuário (-0,6%) e tarifas aéreas (-2,3%) ajudou a conter o CPI americano.
A Genial Investimentos avalia que, mesmo com a inflação ainda acima da meta, o Fed deve retomar o ciclo de cortes iniciado no fim do ano passado.
Câmbio e juros futuros
O dólar comercial recuou 1,02%, cotado a R$ 5,3872. As taxas dos DIs também caíram: janeiro/2026 a 14,895% (de 14,900%), janeiro/2027 a 13,975% (de 14,070%), janeiro/2028 a 13,210% (de 13,310%) e janeiro/2029 a 13,110% (de 13,190%)
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