Ibovespa sobe e fecha semana em alta

Após duas sessões negativas, o Ibovespa voltou a subir nesta sexta-feira (14), fechando com ganho de 0,37%, aos 157.738,69 pontos — um avanço de 576,26 pontos e operando boa parte do pregão acima dos 158 mil.

Com o resultado, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira acumula alta de 2,39% na semana, a quinta consecutiva no azul. O desempenho reforça a confiança do investidor brasileiro, alimentando o mantra de que “ninguém segura o Ibovespa”.

No câmbio, o dólar comercial também recuou 0,02%, cotado a R$ 5,297, após duas altas seguidas. Os juros futuros (DIs) fecharam o dia com variação mista, mas predominando movimentos de queda.

Wall Street opera sem direção única e tecnologia lidera recuperação

Nos Estados Unidos, os principais benchmarks de Wall Street apresentaram leve recuperação, impulsionados por papéis de tecnologia. O Nasdaq encerrou o dia em terreno positivo após início pessimista.

Para analistas, o mercado continua alternando entre apostas de alto e baixo risco, com investidores avaliando reposicionamento já de olho em 2026. Segundo Brian Mulberry, gestor da Zacks Investment Management, a forte concentração em grandes empresas do setor tecnológico motiva o atual comportamento.

Expectativa para redução de tarifas e negociações diplomáticas

No campo comercial, as negociações dos Estados Unidos abrem espaço para a retirada de tarifas sobre itens como café, banana e cacau, segundo o representante comercial Jamieson Greer. Um novo acordo firmado reduziu as tarifas da Suíça de 39% para 15%, alinhando com as taxas aplicadas à União Europeia.

Já para o Brasil, a expectativa positiva permanece. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reuniu-se em Washington com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, discutindo as possibilidades de alívio das tarifas de importação para produtos nacionais. Por outro lado, o governo brasileiro vê pouco avanço, em curto prazo, na retirada de sanções contra cidadãos do país, incluindo membros do STF.

Blue chips mantêm Ibovespa em ritmo positivo

O desempenho do índice foi impulsionado por balanços corporativos e negociações das blue chips. A retomada da Oi (OIBR3 e OIBR4), após suspensão da falência e continuidade da recuperação judicial, movimentou o mercado: OIBR3 disparou 11,11% e OIBR4, 24,28%, com ações sendo negociadas novamente na B3.

A Petrobras (PETR4) subiu 0,65%, sustentada pela alta do petróleo causada por ataque ucraniano às exportações de óleo russo, afetando 2% da oferta global. Já a Vale (VALE3) recuou 0,61%, reagindo negativamente a uma provisão adicional de US$ 500 milhões relacionada a Mariana (MG).

Hapvida, Localiza e o cenário de varejo

Hapvida (HAPV3) teve mais um dia de perdas, caindo 5,82% após ter despencado mais de 40% ontem, em meio à revisão de projeções por analistas. Em contrapartida, Localiza (RENT3) liderou entre as altas, com valorização de 4,78%, após balanço positivo do 3º trimestre e anúncio da venda de sua participação integral na Voll, agência de viagens corporativas.

O setor de varejo foi afetado por condições climáticas adversas no 3T25, de acordo com análise do Goldman Sachs, que destacou a resiliência do consumo de média e alta renda. Magazine Luiza (MGLU3) subiu 5,85% e Lojas Renner (LREN3) avançou 2,23%.

Outras movimentações: Axia Energia avança, Azul decepciona

A Axia Energia (ELET3), antiga Eletrobras, ganhou 1,62% após aprovação da emissão de debêntures de R$ 3 bilhões. Fora do Ibovespa, a Azul (AZUL4) reportou prejuízo no 3T25, mesmo após registrar lucro operacional de R$ 1,2 bilhão. As ações caíram 7,69%.

Expectativas para a próxima semana: PIB brasileiro e indicadores dos EUA

A próxima semana começa com destaque para a divulgação do IBC-Br de setembro, prévia do PIB nacional, e pela retomada do calendário oficial de indicadores dos Estados Unidos, após paralisação nos órgãos públicos. O BEA trabalha para normalizar as datas das próximas divulgações e retomar a rotina do mercado internacional.