Ibovespa supera 147 mil pontos e renova recorde histórico

O Ibovespa segue empilhando recordes e renovou marcas históricas nesta terça-feira (28). O principal índice da bolsa brasileira avançou 0,31%, encerrando o pregão aos 147.428,90 pontos, após acréscimo de 459,80 pontos no dia. É a primeira vez que termina uma sessão acima dos 147 mil pontos, estabelecendo uma nova máxima e ampliando o ciclo de cinco altas consecutivas — sequência inédita desde abril de 2025.

O dólar comercial acompanhou o otimismo e fechou em queda de 0,19%, cotado a R$ 5,360, enquanto os DIs (juros futuros) avançaram em quase toda a curva, refletindo movimentos tanto do cenário global quanto da agenda local.

Impulso do cenário externo e expectativas de cortes de juros nos EUA

A nova máxima do Ibovespa está diretamente ligada aos desdobramentos do encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos EUA, Donald Trump, no último domingo, e também ao otimismo com a possibilidade de novos cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed). Analistas como José Alfaix, da Rio Bravo Investimentos, projetam que o Fed pode antecipar o corte já nesta quarta-feira (29), cenário que favorece mercados emergentes e contribui para migração de fluxo estrangeiro à B3.

Em Nova York, as bolsas abriram no positivo, com atenção redobrada para os balanços trimestrais de gigantes de tecnologia (Microsoft, Apple, Alphabet, Meta e Amazon) ao longo da semana. Na Europa, enquanto a maioria das bolsas operou sem direção única, Londres renovou seu patamar histórico.

A expectativa segue, ainda, para o encontro entre Trump e Xi Jinping, da China, previsto para quinta-feira — negociações consideradas fundamentais para o comércio global.

Mercado interno atento ao fiscal e movimentação no Senado

No cenário doméstico, as incertezas fiscais continuam no radar dos investidores. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve reunião nesta terça com o senador Renan Calheiros, relator do projeto de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, que pode ser votado na próxima semana. O governo busca medidas para neutralizar o impacto da proposta no orçamento e impedir a necessidade de retorno do texto à Câmara dos Deputados.

Ações em destaque e influência nos indicadores

Entre as principais ações do dia, a Marfrig (MBRF3) disparou 15,63%, impulsionada pelo anúncio da Sadia Halal e perspectivas de crescimento em mercados estratégicos. A Vale (VALE3) subiu 0,88% diante da expectativa de retomar a posição de maior mineradora de ferro global. Banco do Brasil (BBAS3), Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) também influenciaram positivamente o índice, enquanto o Santander (SANB11) fechou levemente em queda.

Por outro lado, Petrobras (PETR4) recuou 0,03%, refletindo oscilação negativa do petróleo internacional. A presidente da estatal, Magda Chambriard, reforçou o compromisso da companhia com a expansão de reservas, incluindo interesse pela Margem Equatorial e o continente africano.

Perspectivas: mercado aguarda decisão do Fed e desfechos políticos

A quarta-feira promete ser decisiva, com atenção máxima à reunião do Federal Reserve e à coletiva do presidente Jerome Powell, que poderá ditar os rumos dos mercados globais. Paralelamente, investidores acompanham os desdobramentos fiscais no Senado e o início da temporada de balanços de grandes bancos, como o Santander.