Ibovespa testa os 131 mil e encerra em alta de 1,46%

O Ibovespa alcançou sua quarta alta consecutiva nesta segunda-feira, 17 de março, registrando a sequência mais longa de ganhos desde agosto de 2024, quando atingiu sua máxima histórica de 137 mil pontos. O índice fechou em alta de 1,46%, aos 130.833,96 pontos, após tocar os 131.313,48 pontos no pico da sessão – o maior nível intradia desde 7 de novembro de 2024. Este foi o primeiro fechamento acima dos 130 mil pontos em 2025, consolidando o maior patamar do ano pelo segundo dia seguido.

Com um giro financeiro de R$ 23,1 bilhões, o índice abriu aos 128.959,10 pontos, próximo da mínima do dia (128.957,09), e manteve trajetória ascendente. Em março, o Ibovespa acumula ganhos de 6,54%, enquanto no ano a valorização chega a 8,77%. O fechamento desta segunda-feira marcou o maior nível desde 28 de outubro de 2024, quando encerrou em 131.212,58 pontos.

Fatores de Alta: China, Commodities e Fluxo Estrangeiro

O desempenho foi impulsionado por um cenário externo positivo, com destaque para a economia chinesa. Dados de vendas no varejo e produção industrial acima das expectativas no primeiro bimestre, aliados a sinais de novos estímulos econômicos, fortaleceram as commodities, beneficiando empresas como Petrobras (ON +2,32%, PN +1,86%) e Vale (ON +1,44%). “O principal driver do dia foi a China, impactando positivamente as commodities, carro-chefe da sessão”, explica Rodrigo Marcatti, CEO da Veedha Investimentos.

Internamente, o IBC-Br de janeiro, considerado uma prévia do PIB, surpreendeu com alta de 0,9%, acima das projeções, sinalizando uma economia mais resiliente. Esse resultado, combinado com a queda do dólar a R$ 5,6864 (-0,99%), reforçou o otimismo no mercado. “Mesmo com uma política monetária restritiva, a atividade econômica começou 2025 em ritmo forte, contribuindo para o avanço da Bolsa”, afirma Virgílio Lage, da Valor Investimentos.

A entrada de capital estrangeiro também foi um fator decisivo, favorecida por uma possível rotação de ativos globais após o S&P 500 entrar em correção. “O mercado brasileiro tem mostrado melhora dia a dia, com fluxo estrangeiro entrando e o dólar ajustado frente ao real”, destaca Marcatti.

Desempenho das Ações e Expectativas para a Selic

As blue chips lideraram os ganhos, com Itaú (PN +3,00%) entre os destaques dos bancos, além de Vamos (+6,08%), Magazine Luiza (+5,63%) e Hapvida (+5,05%) na ponta positiva. Por outro lado, SLC Agrícola (-3,92%), B3 (-3,50%) e Natura (-3,16%) registraram as maiores quedas.

Na quarta-feira, 19, o Copom deve elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 14,25%, o que mantém o foco dos investidores no diferencial de juros. “Não há tantas tensões políticas no radar, embora a questão fiscal persista. O Ibovespa estava muito descontado, o que ampara essa recuperação”, avalia Rubens Cittadin, da Manchester Investimentos.

Análise Técnica e Projeções

Segundo o Itaú BBA, o Ibovespa está próximo de retomar uma trajetória altista. Acima dos 129.600 pontos, o índice pode buscar os 132.300 pontos, abrindo caminho para os 137.469 pontos – a máxima histórica de agosto de 2024. “A ultrapassagem dos 130 mil pontos é um marco importante no ano”, reforça Marcatti.

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