Na quinta-feira (2), a Prefeitura de Pato Branco realizou uma audiência pública para esclarecer e debater questões sobre a finalização das obras do entorno do Terminal Urbano de Pato Branco e reavaliar as implicações negativas da estrutura e circulação de ônibus no local escolhido já que o diretor do Departamento de Trânsito de Pato Branco (Depatran), Robertinho da Luz Dolenga, afirma que foram identificados percalços na mobilidade e operação do transporte.
Na ocasião, Dolenga afirmou que “as implicações foram analisadas e elaboramos alternativas com menor impacto na mobilidade e maior eficiência para o sistema de transporte”.
O estudo apresentado pelo município leva em consideração o crescimento da cidade que, segundo dados do IBGE levantados em 2010, possui um índice de desenvolvimento urbano de (IDH) 0.782 e, atualmente, é um polo regional de tecnologia, educação e saúde.
“É atrativo e cresce ano a ano”, comenta o diretor, destacando que o município recebe em torno de 5 mil pessoas por dia em busca de atendimento médico e em decorrência do comércio.
“Temos uma potencialidade na dificuldade da nossa mobilidade, especialmente na área central onde se concentra as instituições médicas, bancárias, comércio e órgãos públicos”.
Ainda sobre o crescimento de Pato Branco, Dolenga destaca que em 2021 foram aprovados 208 mil m² de projetos para construção e, em 2022, houve um crescimento de 12%, com mais de 11 mil moradores na área central e população total estimada pelo censo de 2022 em 94 mil habitantes.
O motivo pelo qual Dolenga apresentou os dados de crescimento populacional se dá pelo fator de que com o aumento de pessoas, também aumenta-se a frota de veículos. Em 2022, estima-se que Pato Branco tinha 65.673 veículos, uma variação de 62,5% acima do que os números apontavam em 2010, quando o município tinha aproximadamente 40 mil veículos. “São 70 veículos para cada grupo de 100 habitantes”.
Transporte coletivo
O diretor do Depatran apontou que o transporte público precisa ser eficiente para o usuário, garantir a mobilidade e contemplar a sustentabilidade. “Tem que ser um transporte eficiente e de qualidade, com ar-condicionado, menor tempo no trajeto, informações sobre linhas e horários, além de comodidade. Tudo isso tem como objetivo ter menos pessoas usando o carro”.
Atualmente, aproximadamente 10 mil pessoas usam o transporte coletivo diariamente e, de acordo com o estudo realizado, é preciso pensar no crescimento populacional para que a estrutura do Terminal Urbano acompanhe a demanda.
Impactos
Ao longo da audiência pública, foram apontados os impactos negativos sobre a estrutura e a localização do terminal que, segundo Dolenga, deve “agregar a área de circulação exclusiva de ônibus, circulação de pessoas, área de embarque e desembarque, controle de acesso (bilheteria), barreiras de controle, banheiros e acessibilidade”.
O primeiro ponto negativo apontado pela equipe foi a diminuição nas vagas de estacionamento. “Em 2020 tínhamos 1.996 vagas de uso comum, 21 vagas de idosos e 28 para pessoas com deficiência. Com a reorganização, restaram 1.537, ou seja, redução de 23% de vagas de uso comum na área central”.
A redução da largura de faixas de circulação nas ruas Araribóia e Pedro Ramires de Mello também foi apontada como um impacto negativo para a mobilidade, já que limita a circulação de alguns veículos maiores.
Próximos passos
De acordo com Dolenga, para diminuir os impactos na mobilidade da região central de Pato Branco a médio prazo, com o aumento de veículos, da população e estreitamento da via. “As dificuldades, incluindo a dificuldade de ação dos bombeiros, que inviabiliza a operação do terminal, deverá ser oferecida uma alternativa para os usuários”.
O diretor afirma que será realizada uma análise por meio de um estudo técnico das alternativas e, caso seja viável algumas das alternativas, será necessário realizar a restituição dos valores.
“Foram gastos mais de R$ 3 milhões no terminal destinado a estrutura, devolver a praça, colocar algum setor caso o estudo aponte que a proposta é viável. Não sabemos ainda, mas penso que pode ser utilizado para outro fim”, comentou.
Mini terminais
O Secretário de Desenvolvimento Urbano, Gilmar Tumeleiro, afirma que quando se trata de mobilidade, não é possível olhar somente para um único ponto, sendo necessário olhar para o município como um todo.
“A rua Araribóia é a única via que corta a cidade de Leste a Oeste. Não podemos impedir uma única via que tem um fluxo e colocarmos um equipamento que venha dificultar essa mobilidade”, afirma, complementando que o Terminal Urbano, na localização que está sendo construído, vai impactar na segurança dos pedestres, no sentido da circulação de veículos, além da grande dificuldade de acertar semáforos. “É um efeito dominó. Uma única decisão vai acarretar em outras consequências em relação a mobilidade urbana”.
Em busca de melhores alternativas, o secretário apresentou durante a audiência de quinta-feira (2) o projeto de mini terminais urbanos. “Já teve um estudo que mencionava a construção de mini terminaisis e é possível fazer a integração das linhas, segurança, conforto e comodidade no Centro e nos bairros”.
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