Recentemente, o Governador Ratinho Junior, durante um evento, brincou alegando que estava perdendo os cabelos e afirmou ter colocado “umas muda de cabelo”. O procedimento mencionado pelo político é a cirurgia de implante capilar que a cada dia ganha mais adeptos entre os homens.
Morador de Chopinzinho, Gilson Scapinello, veio até Pato Branco para realizar o tratamento e conta que foi a insatisfação com a aparência que o levou a esta decisão. “No meu caso a calvície é hereditária e ela sempre me deixou desconfortável pela questão da aparência e da autoestima, e considerando que ela me incomodava, eu resolvi optar por realizar o implante capilar”, disse.
Scapinello realizou o procedimento a pouco mais de 4 anos e já planeja realizar uma nova vez a cirurgia. “Eu acho que valeu muito à pena ter investido nesse tratamento. Eu não apenas fiquei feliz com os resultados, como eu irei fazer outro em breve, desta vez na região da coroa, porque eu fiz só na parte frontal, nas entradas. Eu optei por dar prioridade a esta região em um primeiro momento”, afirmou.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a queda de cabelo é causada, principalmente, pela combinação de envelhecimento, alteração hormonal e histórico familiar de calvície. “Como regra geral, quanto mais cedo se inicia a queda capilar, mais severa a calvície se tornará. A queda de cabelo também pode ser causada por queimaduras ou trauma, caso em que a cirurgia de transplante capilar é considerada um tratamento reconstrutor”.
No caso do procedimento realizado por Gilson Scapinello, ele conta que o médico optou por retirar os fios para o implante da parte de trás, na nuca, onde existia grande quantidade de cabelo, sem riscos de ficar com alguma falha capilar. “Nesse caso, explicaram que o cabelo retirado não nasce mais, porém tem tanto naquela região que mesmo retirando alguns fios, acaba sendo imperceptível”.
Com relação às técnicas cirúrgicas de transplante capilar, elas podem incluir enxertos com punch, mini-enxertos, micro-enxertos, e enxertos de unidades foliculares. “Retalhos, expansão tecidual e redução de couro cabeludo são procedimentos indicados para pacientes que necessitam conduta mais drástica”.
A CIRURGIA
Explicando mais detalhadamente, a SBCP conta que os enxertos para a implantação do cabelo variam em tamanho e forma, conforme a necessidade de cada paciente. “Geralmente, várias sessões cirúrgicas podem ser necessárias para se obter o resultado desejado e, um intervalo de vários meses para cicatrização é, normalmente, recomendado entre cada sessão. Podendo levar até dois anos para que o paciente veja o resultado final de todo o procedimento”.
Outro fator determinante é a quantidade de cobertura da cabeça, além da cor e da textura do seu cabelo. “Pelos grossos, cinza ou de cor clara proporcionam melhor cobertura que cabelos finos e de cor escura. Sendo assim, o número de unidades transplantadas na primeira sessão varia de acordo com cada indivíduo, mas a média é de cerca de 50. Para mini-enxertos e micro-enxertos, o número pode ser de até 700 por sessão’.
Como preparo, pouco antes da cirurgia, a “área doadora” é cortada para que os enxertos possam ser facilmente acessados e removidos. “Para enxertos com punch, o médico pode utilizar um instrumento parecido com um tubo, especialmente feito de aço carbono afiado que perfura o enxerto e o remove da área doadora para que possa ser recolocado na área a ser coberta, geralmente, no couro cabeludo frontal. Já em outros tipos de enxerto, o médico irá usar um bisturi para remover pequenas seções de cabelo do couro cabeludo, que serão divididas em seções pequenas e transplantadas para pequenos orifícios ou fendas no couro cabeludo. Os orifícios do local doador que podem ser fechados com pontos, para os enxertos com punch, apenas um único ponto pode fechar cada orifício; para os demais tipos de enxerto, haverá uma pequena cicatriz linear”.
É importante lembrar que “a cirurgia de transplante capilar, independentemente da técnica utilizada, é realizada, geralmente, utilizando anestesia local, juntamente com sedação para que o paciente fique relaxado e se sinta confortável, assim o couro cabeludo vai ficar insensível à dor. Em casos mais complexos, que envolvam a expansão do tecido ou retalhos, a anestesia geral pode ser utilizada”.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica explica ainda que o médico habilitado para a cirurgia, sempre irá tomar muito cuidado na remoção e colocação de enxertos para garantir que o cabelo transplantado cresça em direção natural e que o crescimento do cabelo na área doadora não seja prejudicado. “Após a finalização da sessão, o couro cabeludo irá ser limpo e coberto com gaze. Pode ser necessário usar bandagem de compressão por um dia ou dois. Alguns médicos preferem não utilizar as bandagens”.
PÓS-OPERATÓRIO
Sobre a recuperação pós-cirúrgica, Scapinello afirmou ser incômoda, mas longe de ser um grande problema tanto com relação a dor, quanto aos cuidados básicos de cicatrização. “A recuperação é um processo um pouco chato, principalmente nos primeiros dias que os cuidados são maiores e existe o desconforto maior na hora de dormir, mas é simples e suportável. Já tive dores de dente mais difíceis de aguentar”, brincou.
Algo normal após a realização do implante capilar é a queda do cabelo, o que segundo a SBCP é comum. “Muitos pacientes que tiveram transplantes ou enxertos ficam chateados ao saber que o cabelo “novo” cai dentro de seis semanas após a cirurgia, mas é importante lembrar que esta é uma condição é normal e, quase sempre, temporária, considerando que após a queda de cabelo, em cerca de cinco ou seis semanas, o cabelo volta a crescer”.
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