Anualmente Apaes de Pato Branco observam um crescimento na procura pelo atendimento
Marcilei Rossi com Assessoria
“É tempo de transformar conhecimento em ação”, com este tema a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que no calendário é lembrada de 21 a 28 de agosto vem sendo marcada este ano.
Em Pato Branco ações conjuntas das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes) Zilda Arns e Carlos Almeida, vem ao longo da semana buscando a conscientização da população quantos os direitos das pessoas com deficiência física.
Na terça-feira (24), mais uma vez foi promovido no município a ação que colocou cadeira de rodas na área do estacionamento rotativo, próximo a praça Presidente Vargas, para chamar a atenção quanto a necessidade de respeitar as vagas delimitadas, para pessoas com deficiência e idosos.
De acordo com Marilu Correa de Moura Vendrusculo, diretora da Apae Zilda Arns é comum encontrar veículos nas vagas especiais, sem as devidas especificações.
Ela também relatou que durante a ação, foram observados diversos comportamentos, desde aqueles que respeitaram a iniciativa, a pessoas que deixaram o veículo para remover as cadeiras de roda do lugar, ou até mesmo com o próprio automóvel fizeram a remoção.
Já na quarta-feira (25), a diretora da Apae Carlos Almeida, Lides Maria Baldissera, na sessão da Câmara Municipal de Pato Branco lembrou que “a data visa o desenvolvimento de conteúdos para conscientizar a sociedade sobre as necessidades específicas de organização social e de Políticas Públicas que promovam a inclusão social desse segmento populacional, combatendo o preconceito e a discriminação.”
Em sua fala, Lides abordou a falta de Políticas Públicas que promovam a acessibilidade e que contemplem programas de prevenção de deficiências, ainda, a falta de atendimento prioritário em Atenção Básica em saúde, além de uma legislação inoperante.
Ao longo da semana também uma série da lives estão marcando a semana.
Setembro
Mesmo a data sendo lembrada nesta semana de agosto, as diretoras das Apaes, por questões de agenda, estão programadas para em 16 de setembro realizar uma conversa com diferentes setores, para debater as Políticas Públicas de promoção de acessibilidade. “Para discutir realmente a Lei de Inclusão e os direitos da pessoa com deficiência.”
Aumento das pessoas com deficiência
Nessa quinta-feira (26), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019.
O estudo revelou que no Brasil 17,3 milhões de pessoas com dois anos ou mais de idade, ou seja, 8,4% da população tinha algumas das deficiências investigadas, e cerca de 8,5 milhões (24,8%) dos idosos estavam nessa condição.
Na população do país com 2 anos ou mais de idade, 3,4% (ou 6,978 milhões) tinham deficiência visual; 1,1% (ou 2,3 milhões) tinham deficiência auditiva, dos quais 22,4% conheciam a Língua Brasileira de Sinais (Libras); 1,2% (ou 2,5 milhões) tinham deficiência mental. Cerca de 3,8% (7,8 milhões) das pessoas de 2 anos ou mais tinham deficiência física nos membros inferiores e 2,7% (5,5 milhões), nos membros superiores.
Apenas 28,3% das pessoas com deficiência em idade de trabalhar (14 anos ou mais de idade) estavam na força de trabalho, ante 66,3% daquelas sem deficiência. Cerca de 67,6% da população com deficiência não tinham instrução ou tinham o ensino fundamental incompleto, percentual que era de 30,9% para as pessoas sem nenhuma das deficiências investigadas.
Cerca de 72,3% dos idosos (pessoas com 60 anos ou mais de idade) tomaram a vacina contra a gripe no período analisado pela PNS. Cerca de 15,5% deles sofreram alguma queda nos 12 meses anteriores à entrevista e 34,6% foram diagnosticados com catarata.
Ao ter conhecimento parcial dos dados divulgados pelo IGBE, Marilu pontua que ao longo dos anos também é perceptível o aumento da população com deficiência em Pato Branco.
A porta de entrada na educação de pessoas com deficiência no município é a Apae Carlos Almeida, que trabalha com o público mais jovens, o que inclui de crianças a adolescentes.
Porém, a realidade também chega a Apae Zilda Arns, que trabalha com adultos e idosos, e também na formação profissional, mesmo que em menor número. “Aqui [Apae Zilda Arns] estamos hoje com 120 alunos. Alunos que há muito tempo não frequentavam mais a Apae, e estão retornando”, explica a diretora, ao complementar que as deficiências causadas, aquelas decorrentes de alguma condição de saúde, acidente, entre outras manifestações, não são recebidas na Associação.
Ela ainda pontua que “anualmente temos recebidos alunos, inclusive vindos de outros municípios.”
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