De acordo com análise de informações do Corpo de Bombeiros, o número de registro de ocorrências de incêndios em vegetação cresceu 117,24% nos primeiros dias de agosto de 2021, quando comparado ao mesmo período do ano passado.
Segundo o sistema de registros de ocorrências, aberto a para consulta da imprensa e da comunidade em geral no site da corporação (bombeiroscascavel.com.br/sysbmnew/menu_imprensa), entre os dias 1 e 11 de agosto foram atendidas um total de 126 ocorrências em toda a região. Destas 75 aconteceram na área de atuação do 2º Subgrupamento de Bombeiros Independente (2º SGBI), que atende a microrregião de Pato Branco, e 51 na área do 10º Grupamento de Bombeiros (10º GB), que atende a região de Francisco Beltrão.
No mesmo período de 2020, foram 58 registros de ocorrências no total, sendo 25 na microrregião de Pato Branco e 33 na microrregião de Francisco Beltrão.
O aumento representa uma média de mais de 11 ocorrências por dia. Uma das mais recentes foi registrada na última segunda-feira (09) próximo a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Pato Branco.
Causas
De acordo com o tenente Reginaldo Aredes, responsável pelo setor de comunicação social do 2ª SGBI, com sede em Pato Branco, grande parte desses incêndios não são acidentais.
Na área urbana é comum que o fogo seja utilizado para a limpeza de terrenos ou para a queima de lixo, focos que avançam para outras áreas causando incêndios.
Ainda segundo ele, questões climáticas favorecem o descontrole de focos de incêndio. Em julho, a região registrou temperaturas muito baixas que causaram geadas, fenômeno que mata a vegetação deixando muitas áreas secas. A falta de chuvas favorece ainda mais a proliferação dos incêndios.
O tenente explica que o recomendável é realizar a limpeza de terrenos na área urbana com o uso de máquinas ou de forma manual, para evitar consequências mais graves.
Além do dano ambiental, incêndios na vegetação podem atingir edificações, causando ainda mais estragos e podendo colocar pessoas em risco. O bombeiro alerta que os responsáveis por focos que se tornam incêndios ambientais podem ser penalizados pelas consequências.
Em áreas rurais, o uso do fogo para a limpeza de grandes áreas é permitido. Porém, a prática deve ser autorizada e orientada pelos órgãos de fiscalização ambiental.
Paraná
A estiagem severa que atinge o Paraná, aliada ao clima seco característico da estação e a vegetação ressecada por causa das geadas acendem um alerta no Estado para a ocorrência de incêndios florestais, com risco muito alto em todas as regiões. Somente no último de semana, o Corpo de Bombeiros do Paraná registrou 268 ocorrências do tipo no Estado, inclusive com uma vítima, em Toledo, com ferimentos graves.
Os casos, que chegaram a reduzir no Paraná nos primeiros quatro meses do ano, voltaram com tudo com a chegada do inverno. Em julho, foram 1.505 focos de queimadas, 125% a mais que no mesmo mês do ano passado, quando 669 ocorrências foram confirmadas. Os focos mais do que dobraram nos primeiros dias de agosto, com 674 registros entre os dias 1º e 8 de agosto, contra 329 no mesmo período de 2020.
A orientação do Corpo de Bombeiros é que o cidadão contate imediatamente a Central de Operações, via 193, caso presencie alguma situação de incêndio ambiental. Os cuidados nesta época devem ser redobrados porque o fogo descontrolado pode se alastrar rapidamente, causando danos irreversíveis à fauna e à flora.
“Não orientamos que as pessoas tentem apagar sozinha o fogo, pois é muito perigoso atuar em um incêndio sem treinamento. Quem avistar ou presenciar uma ocorrência, deve em contato com o 193”, explica a porta-voz do Corpo de Bombeiros do Paraná, tenente Ana Paula Bagge Alves Latuf. “Também é importante que as pessoas mantenham seus terrenos limpos. Como a vegetação está seca devido à estiagem, a tendência é que o fogo se alastre de forma mais fácil e rápida”.
Além das condições climáticas ou naturais, uma parcela significativa dos incêndios é causada pela ação humana, com as queimadas irregulares de vegetação e de lixo, bitucas de cigarro lançadas no mato, fogueiras e balões soltos irregularmente.
Legenda:
(Foto: Adenir Brocco/Diário do Sudoeste)
Incêndios em vegetação no Sudoeste*
De 1 a 11 de agosto de 2021: 126 ocorrências
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