O IIE-Br de novembro está 14,2 pontos acima do nível de fevereiro de 2020 (115,1 pontos), último mês antes da chegada da pandemia de covid-19 ao País. O pico da série histórica do indicador foi registrado em abril de 2020, auge da pandemia, com 210,5 pontos.
“Apesar da segunda queda consecutiva, o resultado do IIE-Br no mês devolve apenas 32% da alta de quase 15 pontos registrada em setembro, e reflete uma certa acomodação da incerteza em patamar elevado. A lenta queda do indicador é reflexo da continuidade da melhora dos indicadores da covid-19 no Brasil associada a fatores negativos no campo econômico, como a inflação e juros elevados e a desaceleração do crescimento doméstico e internacional. O resultado do mês não inclui os efeitos da disseminação da variante Ômicron do coronavírus no País, algo que pode ameaçar a atual tendência de queda da incerteza nos próximos meses”, diz a nota da FGV.
O IIE-Br é formado por dois componentes: o IIE-Br Mídia, que faz o mapeamento nos principais jornais da frequência de notícias com menção à incerteza; e o IIE-Br Expectativa, que é construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA.
Segundo a FGV, em novembro, os componentes tiveram comportamento divergente. O IIE-Br Mídia caiu 5,8 pontos, para 122,6 pontos, uma contribuição negativa de 5,1 pontos para o índice agregado. Já o IIE-Br Expectativas subiu pela quarta vez consecutiva, agora em 14,2 pontos, para 144,0 pontos, maior nível desde março de 2021 (149,4 pontos), contribuindo positivamente em 3,1 pontos para a evolução do IIE-Br agregado em novembro ante outubro.
“Com o forte aumento do componente de expectativas em novembro, o IIE-BR-Expectativa acumula alta de mais de 30 pontos desde agosto de 2021. Definir cenários para as variáveis macroeconômicas um ano à frente tem sido um desafio grande em função da recente escalada inflacionária, que tem levado à perspectiva de maior aperto monetário e enfraquecimento da atividade econômica nos cenários para 2022. Dentre as variáveis usadas na construção deste componente, a alta mais expressiva foi na dispersão das previsões dos juros Selic, sinalizando que a percepção sobre ciclo de alta dos juros, para conter a inflação, tem se tornando muito heterogênea”, continua a nota da FGV.
Comentários estão fechados.