O subíndice de preços dos cereais teve média de 125,5 pontos em julho, queda de 3,8 pontos (3%) em relação a junho, mas ainda 28,6 pontos (29,6%) acima de seu valor de julho de 2020. De acordo com a organização, entre os principais cereais, os preços internacionais do milho caíram 9,1 pontos (6%) em julho.
O enfraquecimento foi impulsionado pelos melhores rendimentos das safras de milho da Argentina, maiores do que as esperadas anteriormente e melhores perspectivas de produção nos Estados Unidos, disse a FAO. Além disso, cancelamentos de milho pela China também pesaram nas cotações.
Entre outros grãos grossos, os preços internacionais da cevada e do sorgo também caíram em julho, cedendo 8,3 pontos, 6,4% e 8,7 pontos, 5,3%, respectivamente. Em relação ao trigo, os preços subiram 2,2 pontos (1,8%) em julho, para seu nível mais alto desde meados de 2014.
“Os preços foram influenciados por preocupações contínuas sobre as condições de safra na América do Norte, onde a seca persistente atrapalhou os rendimentos de trigo duro e da produção no Canadá, além do trigo de primavera nos EUA”, destacou a FAO.
Além disso, fortes chuvas ameaçaram as perspectivas de safra em partes da União Europeia (UE), enquanto os primeiros rendimentos na Rússia foram levemente menores do que o esperado.
Já no Hemisfério Sul, as perspectivas de produção permanecem favoráveis na Argentina e na Austrália. Também em território negativo, os preços do arroz caíram no último mês, atingindo as mínimas de dois anos, à medida que novas safras e movimentos cambiais negativos agravaram o ritmo lento das vendas influenciados, principalmente, por altos custos de frete e obstáculos logísticos.
O levantamento mensal da FAO também apontou que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais caiu 2,2 pontos, 1,4%, pelo segundo mês consecutivo para o valor mais baixo em cinco meses, pressionado pela queda nos preços dos óleos de soja, canola e girassol, disse o órgão.
As cotações internacionais do óleo de palma, após 12 meses consecutivos de alta, se recuperaram moderadamente em julho, em virtude da produção abaixo do esperado nos principais países produtores, principalmente na Malásia, que foi afetada por problemas de escassez de mão de obra.
A entidade acrescentou que, em contrapartida, os preços do óleo de soja enfraqueceram em julho, em grande parte pressionados pela menor mistura de biodiesel na Argentina. Além disso, os preços internacionais dos óleos de canola e de girassol também recuaram, refletindo, respectivamente, a demanda global de importação pressionada e a oferta recorde para a safra 2021/22.
Na sondagem mensal da FAO, o subíndice de preços das carnes subiu em julho. Conforme a FAO, os preços das carnes tiveram média de 110,3 pontos em julho, 19% acima do valor revisado para o mesmo período de 2020. Em julho, as cotações da carne de aves foram as que mais subiram, sustentadas pelo aumento das importações do Leste Asiático.
Segundo a entidade, as cotações de preços da carne bovina se fortaleceram, refletindo o aperto dos mercados globais em virtude da redução da oferta nas principais regiões produtoras e da continuidade da forte demanda, principalmente da China. Em compensação, os preços da carne suína caíram, após um declínio nas importações do gigante asiático, apesar da oferta limitada da Alemanha por causa da propagação da peste suína africana em algumas fazendas de suínos, explica a FAO.
O subíndice de preços de Laticínios, por sua vez, registrou média de 119,9 pontos em junho, queda de 1,2 pontos (1,0%) em relação a maio, encerrando 12 meses de aumentos ininterruptos. A média é também 21,6 pontos (22%) acima do seu valor no mês correspondente ao ano passado.
Em julho, as cotações internacionais de todos os produtos lácteos caíram pelo segundo mês consecutivo, após 12 meses de aumentos contínuos, segundo a FAO. “Os preços do leite em pó desnatado registraram a maior queda, seguido pela manteiga, leite em pó integral e queijo. A queda se deveu à redução na demanda de importação de insumos. Além disso, atividades econômicas mais lentas no Hemisfério Norte, em virtude das férias de verão, aliada às expectativas de aumento das disponibilidades de exportação no período à frente, especialmente da Oceania, também pesaram nas cotações internacionais dos preços dos lácteos”, informa a organização.
A FAO calculou, ainda, que o subíndice de preços do açúcar ficou, em média, 109,6 pontos em julho, alta de 1,8 pontos (1,7%) em relação a junho, marcando o quarto aumento mensal consecutivo e o maior nível desde março de 2017. “As incertezas sobre o impacto das geadas sobre a produtividade das safras do Brasil, maior exportador mundial de açúcar, pressionaram a alta sobre os preços”, ressalta a FAO.
Segundo a entidade, além disso, o recente aumento nos preços do petróleo bruto e a valorização do real ante o dólar norte-americano deram suporte adicional às cotações mundiais do adoçante. “Os preços mais elevados do combustível tendem a levar os produtores no Brasil a desviar mais da moagem da cana-de-açúcar para a produção de etanol”, destaca o órgão.
Em contrapartida, as boas perspectivas de produção e exportação da Índia compensaram parcialmente a pressão geral de alta sobre os preços do açúcar e impediram aumentos mensais maiores.
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