Iniciativa faz parte de um projeto do IDR que tem por objetivo diminuir a desigualdade social através dos programas ‘Renda Agricultor Familiar’ (Estadual) e ‘Fomento das atividades produtivas’ (Federal)
Desde o início de 2020, mais de 60 famílias indígenas de Mangueirinha vêm recebendo uma consultoria especial do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) sobre a produção de alimentos em suas propriedades.
Essas famílias estão cadastradas no CadÚnico e encontram-se em situação de pobreza ou extrema pobreza. O objetivo dessas consultorias é diminuir a vulnerabilidade social e incentivar uma nova fonte de renda.
De acordo com Adriane Rodrigues Zboralski, engenheira agrônoma e extensionista rural do IDR-Paraná, esses indígenas foram incluídos nos programas ‘Renda Agricultor Familiar’ (Estadual) e ‘Fomento das atividades produtivas’ (Federal) — iniciativas que disponibilizam um valor para ser aplicado nas propriedades.
Segundo a agrônoma, os programas não são novos, o que acontece é que agora englobam, também, os indígenas, que já eram atendidos pelo IDR em outros projetos. Na Terra Indígena de Mangueirinha, existem mais de 200 famílias que se enquadram nos dois programas, porém, o IDR não tem como atender a todas. Por isso, em conjunto com lideranças indígenas, são escolhidas as famílias com maiores necessidades.
“Através da parceria com a prefeitura e com lideranças indígenas, conseguimos possibilitar o acesso de políticas públicas às famílias da Terra indígena e já estamos percebendo ótimos resultados, principalmente na produção de alimentos para autoconsumo, buscando a segurança alimentar e nutricional das famílias e visando também a produção de excedentes para a comercialização, possibilitando renda e melhorias nas condições de vida das famílias”, conta.
Adriane conta ainda que a intenção é aumentar o número de famílias atendidas no próximo ano e ampliar a abrangência para os municípios de Coronel Vivida e Chopinzinho, que também fazem parte da terra indígena. Para isso, o IDR já está em andamento com negociações burocráticas.
Como funciona o projeto
Após selecionadas, as famílias recebem visitas dos extensionistas do IDR para elaboração de um diagnóstico e do projeto, que é individual e varia de acordo com a realidade e o interesse de cada família.
Todas as atividades desenvolvidas recebem o acompanhamento dos extensionistas. Entre as principais atividades dos projetos estão implantação de hortas e pomares, criação de suínos e aves e a confecção de artesanatos indígenas.
Importância da iniciativa
Para o engenheiro agrônomo, Joel Anastácio, um dos integrantes da equipe técnica que foi cedido pela Prefeitura de Mangueirinha ao IDR, o programa trouxe esperanças de melhores de condições de vida às famílias indígenas.
Segundo ele, além de aprender técnicas para a produção do próprio alimento com o espaço e as condições que possuem, as famílias também podem iniciar uma nova atividade que gere renda. “Eu como indígena kaingáng e agrônomo, fico muito feliz pelo trabalho que estou conseguindo desenvolver onde nasci, cresci e me criei, ainda mais porque as famílias de maneira geral estão seguindo as recomendações técnicas”, reflete.
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