Mesmo que não se possa descartar a possibilidade de faltar algum modelo nas lojas, a informação da indústria de aparelhos eletroeletrônicos é de que as lojas estão abastecidas e não devem perder vendas por não terem produtos.
“Nosso setor, felizmente, fornece uma variedade grande de produtos. Se eventualmente faltar algum modelo, o consumidor sempre terá a seu dispor alguma outra opção compatível com o que procura. Dificilmente alguém vai ficar sem produto”, prevê Humberto Barbato, presidente da Abinee, a associação dos fabricantes de aparelhos eletroeletrônicos.
Segundo ele, apesar dos persistentes gargalos de produção, a indústria já está entregando smartphones compatíveis com a tecnologia de comunicação móvel 5G, cuja frequência só começa a funcionar em meados do ano que vem.
Barbato reconhece, no entanto, que as dificuldades no abastecimento de componentes nas fábricas se prolongam por mais tempo do que o esperado. O setor já enfrentou irregularidades no fornecimento de papelão e materiais plásticos, mas hoje o grande nó está nos componentes eletrônicos.
Já bem conhecida, a crise se deve à escassez global de semicondutores num mundo que se tornou mais digital na pandemia. Não se espera normalização até meados do ano que vem.
De acordo com uma sondagem feita pela Abinee com associados no mês passado, 41% das fábricas seguem sofrendo com atrasos de produção e entrega em decorrência da insuficiência de componentes eletrônicos no mercado. Num número menor de empresas – 6% do total -, é necessário parar parte da produção por falta dessas peças. Assim, um quarto das fábricas aponta ter estoques de produtos acabados abaixo do normal.
Porém, mesmo com a desorganização das cadeias globais de produção, que tem ainda em seu enredo entraves logísticos nas exportações dos aparelhos e importações de peças – como encarecimento do frete e atrasos no envio e recebimento de cargas -, há otimismo em relação ao ano que vem. Conforme o levantamento da Abinee, 65% dos fabricantes de eletroeletrônicos esperam vender mais em 2022 e 74% falam em ampliar os investimentos.
“Existe confiança, mas é um otimismo cada vez mais moderado por receio do que possa acontecer em relação ao abastecimento e à pandemia, além do impacto da alta dos juros sobre o poder aquisitivo do consumidor”, pondera Barbato.
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