“Vemos uma produção industrial que vem se caracterizando ao longo de 2021 por um comportamento negativo em sequência”, disse Macedo.
Pelo lado da oferta, o pesquisador cita os reflexos ainda presentes da pandemia de covid-19 sobre as cadeias produtivas, com desabastecimento de insumos e encarecimento dos custos de produção.
Do lado da demanda, a demanda doméstica deprimida também prejudica a indústria, diante de “um mercado de trabalho longe de mostrar melhora consistente” e “inflação mais alta que diminui a renda disponível das famílias”. “São fatores importantes que a gente vem elencando ao longo do ano e fazem parte também dos fatores que influenciam setembro de 2021”, justificou.
A queda na produção industrial em setembro ante agosto fez o setor acumular uma perda de 2,6% em quatro meses de recuos consecutivos, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal. Dos nove primeiros meses de 2021, a indústria cresceu em apenas dois deles: janeiro (0,2%) e maio (1,2%).
Com o desempenho negativo de setembro, a indústria opera atualmente em patamar 3,2% inferior ao de fevereiro de 2020, no pré-pandemia. Quando ainda crescia, em janeiro, a indústria alcançou um saldo positivo de 3,5% em relação ao pré-covid.
Em setembro, a produção industrial estava 19,4% abaixo do patamar recorde alcançado em maio de 2011.
“A gente tem observado por parte dos informantes maior frequência de paralisações e reduções de jornadas de trabalho, por conta de dificuldades de obtenção de matérias-primas, redução de demanda”, revelou Macedo.
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