Apesar de todo o esforço da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e também do Comitê Olímpico do Brasil (COB), o país nunca tinha ganhado medalhas na disputa feminina numa Olimpíada. Já esteve perto disso, mas sempre bateu na trave. Rebeca mudou essa história. Em Tóquio, o time não se classificou como equipe. Rebeca foi uma das atletas credenciadas por desempenho individual. Flávia Saraiva também. Saraiva teve uma lesão no pé e ainda se recupera para tentar suas provas.
O trabalho de base no Brasil da ginástica melhorou consideravelmente a partir dos anos 1990. E vai ganhar fôlego com a prata de Rebeca. Em mundiais, as conquistas começaram a ocorrer nas apresentações individuais, e em pan-americanos têm melhorado em constância de finais e conquista de pódio. Entre as ginastas destacadas nessas competições estão Daniele Hypólito e Daiane dos Santos, ambas medalhistas mundiais e pan-americanas. Nenhuma olímpica.
No caso dos competidores masculinos, o Brasil ainda tem mais histórias para contar em Jogos Olímpicos. Eles já conquistaram quatro medalhas na ginástica artística, todas em aparelhos individuais, com destaque para as medalhas de ouro e prata de Arthur Zanetti nas argolas, respectivamente nos Jogos de 2012 (Londres) e 2016 (Rio). Zanetti está em Tóquio para tentar sua terceira medalha e talvez encerrar seu ciclo.
Os atletas enfrentam os seguintes aparelhos nas competições olímpicas: barra fixa, barras paralelas, cavalo com alças, salto sobre o cavalo, argolas e solo. As mulheres disputam exercícios de solo, salto sobre cavalo, barras assimétricas e trave de equilíbrio. Foram essas que Rebeca teve de enfrentar em suas apresentações em Tóquio para ganhar a prata, sorrir e abraçar seu treinador.
A modalidade brasileira participa com representantes desde os Jogos da Antuérpia, em 1920, na Bélgica. A delegação geral do Brasil naquela edição era constituída por 22 atletas, todos homens, que conquistaram três medalhas: todas no tiro desportivo, sendo uma delas de ouro.
Nos Mundiais de Ginástica Artística, o Brasil costuma se dar bem. Por isso também tem o reconhecimento das atletas de outros países. Esse tipo de torneio é o segundo na lista de importância, ficando atrás somente dos Jogos Olímpicos.
Confira as medalhas do Brasil ao longo dos Mundiais:
MEDALHA DE OURO
Daiane dos Santos – solo – Anaheim (EUA)/2003
Diego Hypólito – solo – Melbourne (AUS)/2005
Diego Hypólito – solo – Stuttgart (ALE)/2007
Arthur Zanetti – argolas – Antuérpia (BEL)/2013
Arthur Nory – barra fixa – Stuttgart (ALE)/2019
MEDALHA DE PRATA
Daniele Hypólito – solo – Ghent (BEL)/2001
Diego Hypólito – solo – Aarhus (DIN)/2006
Arthur Zanetti – argolas – Tóquio (JAP)/2011
Arthur Zanetti – argolas – Nanning (CHN)/2014
Arthur Zanetti – argolas – Doha (CAT)/2018
MEDALHA DE BRONZE
Jade Barbosa – individual geral – Stuttgart (ALE)/2007
Jade Barbosa – salto – Roterdã (HOL)/2010
Diego Hypólito – solo – Tóquio (JAP)/2011
Diego Hypólito – solo – Nanning (CHN)/2014
Comentários estão fechados.