“A vela brasileira chega bem aos Jogos Olímpicos. É claro que foi um ciclo totalmente diferente por causa do coronavírus, o que deixa tudo muito imprevisível. Vários atletas tiveram dificuldade para treinar, principalmente na Europa, mas depois conseguimos levar alguns barcos para Portugal. A pandemia impactou todas as equipes, não só o Brasil. Espero que a gente consiga manter a tradição de conquistar ao menos uma medalha aqui. Não será fácil, mas temos velejadores muito bem preparados e estou confiante em um bom resultado” analisou Torben Grael, cinco medalhas como atleta e que chega à sua oitava participação olímpica, a segunda como chefe de equipe da vela.
A equipe brasileira conta com as campeãs olímpicas da classe 49erFX no Rio-2016, Martine Grael e Kahena Kunze, além de Fernanda Oliveira, primeira mulher a ser medalhista para o Brasil na modalidade, com o bronze em Pequim-2008, na China, ao lado de Isabel Swan. Em Tóquio, ela terá a parceria da gaúcha Ana Barbachan na 470.
A maior referência da equipe, porém, está na classe Laser. Robert Scheidt, de 45 anos, é uma lenda olímpica e vai em busca de história na sua sétima participação olímpica. As duas medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze já o colocam, ao lado de Torben Grael, no topo das conquistas olímpicas brasileiras. Um pódio em Tóquio elevará o seu nome a um novo patamar. Mesmo assim, o experiente multicampeão não se sente pressionado e prefere pensar em um dia de cada vez.
“Eu não gosto de falar muito sobre medalhas, de pensar o que vai acontecer lá no final. Espero que a gente ganhe muitas medalhas, mas temos que pensar um dia de cada vez. Lá no final, veremos se o nosso sonho será realizado”, afirmou Robert Scheidt, que falou ainda sobre o que o ainda o motiva competir em alto nível.
“Depois do Rio-2016, em que eu fiquei bem próximo da medalha, fui velejar na 49er e em outras classes não olímpicas. No final de 2018, comecei a pensar de novo que poderia tentar uma preparação mais curta para os Jogos de 2020. Fiz um bom Mundial em 2019, me classifiquei e comecei a pensar que eu poderia chegar na minha sétima Olimpíada. E o mais importante, chegar bem. O que me motiva é saber que tenho chances, que posso brigar de igual para igual com qualquer um. O desafio é grande, principalmente pela minha idade, mas a paixão pelo esporte, pelos Jogos Olímpicos, por representar o Brasil é o que me move. Isso para mim é muito forte e um grande privilégio”, afirmou o velejador.
A presença de Robert Scheidt é um ingrediente a mais para a vela alcançar muitas glórias. “A presença do Robert é uma grande inspiração para todos da equipe. Inspira pelos resultados fantásticos que ele tem, pelo fato dele estar aqui ainda competindo e com chances de resultados positivos. Isso mostra a todos que eles têm uma boa estrada pela frente ainda para conseguir seus resultados”, destacou Torben Grael, que além da filha Martine tem na equipe o filho Marco Grael, parceiro do Gabriel Borges na 49er.
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