Na visão do presidente executivo da entidade, Marco Polo de Mello Lopes, não há cenário de excepcionalidade que justifique tal medida. “Nossa previsão de crescimento da produção em 2021 é de 11,3%. Não há risco de crise de abastecimento, como dizem as narrativas de determinados segmentos que têm outros interesses”, argumentou.
No mês passado, a Câmara Brasileira da Construção (CBIC) pleiteou formalmente, perante a Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério da Economia, a redução da tarifa de importação da matéria-prima de 12% para 1% pelo período de 12 meses. Conforme o Broadcast já tinha noticiado, a estratégia é provocar choque de oferta, favorecendo a entrada de aço importado no mercado brasileiro, ampliando a oferta do insumo, o que forçaria a redução nos prazos de entrega e preços do aço.
Na ocasião, a CBIC apresentou levantamento referente ao mês de abril com 277 construtoras brasileiras, de acordo com o qual 83,4% delas não recebiam o número de vergalhões encomendados e apenas 7,6% recebiam aço dentro do prazo de 30 dias, prazo comum antes da pandemia.
Para Mello Lopes, a medida mais justa seria desonerar “a cadeia como um todo”, em vez de beneficiar setores específicos. Ele defende abertura econômica gradual, nos termos de um cronograma preestabelecido, que corrija “assimetrias competitivas” entre agentes nacionais e estrangeiros. “Se a política é liberal para abrir, isso tem que ser feito de uma maneira que não prejudique as indústrias.”
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