Com gol de Enner Valencia, o Colorado superou o Bolívar-BOL por 1 a 0, nesta terça-feira (22/08), no jogo de ida das quartas de final da CONMEBOL Libertadores. A partida teve como palco o Estádio Hernando Siles, na cidade de La Paz, situada a 3600 metros do nível do mar. O confronto de volta está previsto para o próximo dia 29, no Beira-Rio, às 19h.
Coudet surpreendeu na escalação desta terça-feira. Atento à força do Bolívar-BOL como mandante, cenário em que o rival registrava nove vitórias, um empate, 30 gols marcados e apenas cinco sofridos nos últimos 10 jogos, o comandante colorado armou o Inter com três zagueiros. Alinhados, Mercado, Vitão e Nico Hernández, acompanhados pelos alas Bustos e Renê, tinham a tarefa de conter a pressão dos locais – e o fizeram em grande estilo.
A estratégia do Bolívar-BOL nada tinha de surpreendente. Na altitude, os Celestes queriam apostar na bola aérea e nos chutes de longa distância para incomodar o Inter. Aos 10, Chico da Costa aproveitou raro escanteio mal cortado pela zaga do Inter e, com direito a desvio em Gabriel Mercado, finalizou para milagre de Rochet. Sem se deixar abalar pelo susto sofrido, o Inter logo conseguiu sua primeira incursão ao campo de ataque.
Pela esquerda, Wanderson escapou nas costas da defesa e tentou cruzamento rasteiro para Valencia, mas a bola ficou curta para o centroavante. De todo modo, o equatoriano demonstrava estar faminto. Generoso, Alan Patrick tratou de saciar a fome do companheiro.
Um ponto comum destacado nas entrevistas concedidas por representantes do Inter às vésperas do jogo em La Paz era a vulnerabilidade da defesa do Bolívar-BOL. Ao mesmo tempo em que atacava com uma linha de cinco, o adversário costumava deixar seus zagueiros no mano a mano. Ousada, a postura cobrou seu preço aos 15 minutos, quando Valencia recebeu de Alanpa, invadiu a área e bateu rasteiro e cruzado, de direita, para abrir o placar!
Valencia quase ampliou aos 20. Mais uma vez, o equatoriano teve condições de apostar na velocidade contra a marcação. De novo, levou a melhor. Forte, o chute saiu por cima. Apoiado por 40 mil bolivianos e bolivianas, o time da casa reagiu aos 26, quando Villamil arriscou de fora da área e parou em grande defesa de Rochet.
Por cima, Ferreyra teve chance clara aos 28. Livre, o zagueiro não foi feliz como atacante e mandou ao lado do poste direito de Rochet. Bejarano também assustou na bola aérea. Impreciso, seu cabeceio saiu pelo alto. Fechando o leque de chances do primeiro tempo, Justiniano incomodou em arremate de fora da área. Tirou tinta, mas morreu na linha de fundo.
O intervalo fez bem para o Inter. De pressionado, o Colorado recomeçou a partida pressionando. À vontade em campo, Alan Patrick cavava faltas e distribuía passes que permitiam importante respiro ao Inter. Além disso, o camisa 10 soube escolher a hora certa para agredir a defesa boliviana. Aos 14 minutos, por exemplo, depois de linda finta no marcador, ele arriscou da entrada da área e assustou.
Valencia também seguiu ligado, e encontrou um novo garçom para chamar de seu. Logo aos sete, foi Aránguiz quem achou o equatoriano com espaço. Por detalhe, o domínio de Enner ficou longo e morreu nas mãos de Lampe. Éramos melhores, mas nem por isso o Bolívar-BOL deixava de incomodar. De manchete, Rochet salvou, aos 16 minutos, outro chute de Villamil.
O lance acordou os Celestes, que inauguraram seu melhor momento na etapa final. Aos 18, Nico foi providencial para bloquear chute perigosíssimo de Bejarano. No minuto seguinte, Ronnie Fernández, de peixinho, carimbou o travessão colorado. Chico da Costa, pouco depois, também acertou a trave, mas em condição irregular. Era hora de mudar, e assim fez Coudet: Igor Gomes substituiu Alan Patrick, liberou Bustos e fechou o corredor esquerdo de ataque rival.
Com liberdade para se somar ao ataque, Bustos teve boa chance aos 26, quando chutou de fora da área e mandou por cima. Daí em diante, o nervosismo contaminou o Bolívar-BOL, que passou a abusar dos erros de passe. Compacto e vibrante, o Inter ainda contou com as entradas de Gabriel, Carlos de Pena, Luiz Adriano e Bruno Henrique para confirmar a primeira vitória de nossa história na altitude de La Paz. Que grande noite!
Fonte: internacional.com.br
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