As chuvas torrenciais atingiram as províncias costeiras de Bartin, Kastamonu, Sinop e Samsun na última quarta-feira, 11, causando inundações que demoliram casas e pontes e arrastaram carros.
Mais de 1.700 pessoas tiveram de deixar suas casas, algumas sendo resgatadas de telhados por helicópteros. Muitas foram temporariamente alojadas em dormitórios estudantis.
O ministro da Saúde, Fahrettin Koca, anunciou no Twitter nesta sexta-feira que 32 pessoas morreram em Kastamonu e seis em Sinop. Em Kastamonu, um riacho rompeu suas margens e inundou a cidade de Bozkurt. As fortes enchentes demoliram um edifício à beira-mar e danificaram gravemente dois edifícios vizinhos. Vários corpos foram encontrados na costa do Mar Negro, relatou a emissora Halk TV, exibindo imagens de pessoas carregando um saco para cadáveres em uma praia de uma província não identificada.
O presidente Recep Tayyip Erdogan visitou a região nesta sexta-feira para demonstrar sua solidariedade com as vítimas e avaliar os danos. “A tristeza de vocês é de todos nós. O Estado está com vocês com todos os meios disponíveis”, declarou Erdogan antes de comparecer ao enterro das vítimas.
As enchentes ocorreram na esteira dos incêndios florestais no sul da Turquia, que devastaram florestas nas províncias litorâneas de Mugla e Antalya, populares entre os turistas. O incêndio, finalmente controlado na quinta-feira, é um dos mais de 200 que ocorreram na Turquia desde 28 de julho. As chamas mataram pelo menos oito pessoas e inúmeros animais, e milhares de moradores tiveram que deixar suas casas.
Cientistas afirmam que mudanças climáticas causadas por queima de carvão, petróleo e gás natural estão causando eventos extremos como ondas de calor, secas, incêndios florestais, inundações e tempestades em todo o mundo. A Turquia não ratificou o Acordo de Paris, que estabeleceu metas a serem atingidas para se conter o aquecimento global.
Abalados, alguns sobreviventes manifestaram indignação com as autoridades locais, acusando-as de não terem reagido na velocidade necessária para socorrer os moradores.
“Eles nos disseram apenas para salvar nossos veículos, porque o rio corria o risco de transbordar. Não nos disseram para salvar nossas vidas, nem a dos nossos filhos”, criticou Arzu Yücel, cujas duas filhas gêmeas estão desaparecidas desde o desabamento do prédio onde moravam.
“Se tivessem nos alertado, teríamos saído em menos de cinco minutos. Não nos pediram para deixar o local”, lamenta a moradora, citada pela agência de notícias DHA. (Com agências internacionais)
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