“Dói ver alguns atores deste caso passearem pela imprensa como se fosse um espetáculo, e não a morte do nosso amado ‘Pelu'”, diz trecho do comunicado enviado à imprensa nesta segunda. No texto, elas pedem a “pena máxima” para os “responsáveis” pela morte do irmão.
“O nosso amado Diego não merecia morrer desta forma. Continuaremos procurando a verdade e a justiça como todo o povo argentino. Do céu, o nosso ‘Pelu’ nos guia e dá força”, afirmam as irmãs.
Elas expressaram indignação por considerarem que o vazamento do relatório médico para a imprensa, na sexta-feira, “violou a privacidade” de Diego Maradona.
A junta médica que investiga a pedido da justiça as causas da morte de Maradona concluiu em um documento de 70 páginas, divulgado na última sexta-feira, que ele “começou a morrer pelo menos 12 horas antes” do momento em que foi encontrado sem vida em seu leito e sofreu um “prolongado período de agonia”.
O relatório foi elaborado por uma comissão interdisciplinar de 20 peritos convocada pela Procuradoria-Geral de San Isidro, na periferia de Buenos Aires, que busca determinar se a morte de Maradona pode ter ocorrido por abandono de pessoa ou homicídio culposo (involuntário).
A equipe formada pela Justiça argentina para investigar a possível negligência médica na morte de Maradona concluiu que o desempenho dos profissionais da saúde foi “inadequado, deficiente e imprudente”.
Os investigados são o neurocirurgião Leopoldo Luque, indicado como médico de família de Maradona, a psiquiatra Agustina Cosachov, o psicólogo Carlos Diaz, a médica Nancy Forlini, o coordenador de enfermagem, Mariano Perroni, e os enfermeiros Ricardo Almirón e Dahiana Gisela Madrid.
O documento da junta médica afirma que o ex-jogador “teria mais chance de sobreviver” se tivesse tido uma internação adequada e em um centro de saúde polivalente. “Levando em conta o quadro clínico, clínico-psiquiátrico e o mal estado geral, deveria ter continuado a sua reabilitação e tratamento interdisciplinar em uma instituição adequada”, insistiu a junta.
Os especialistas indicaram que Maradona “não estava em pleno uso de suas faculdades mentais, nem em condições de tomar decisões sobre sua saúde” no momento em que deixou a clínica de Olivos, onde havia sido submetido a uma cirurgia na cabeça. Nos dias anteriores, o ex-astro do Napoli e do Barcelona havia insistido em deixar o local e se recusado a ser encaminhado para outro centro de saúde, segundo o seu médico pessoal, Leopoldo Luque, um dos investigados.
Entre as conclusões, a banca sustentou que “foram ignorados os sinais de risco de vida que apresentava” e os cuidados de enfermagem nas últimas semanas “estavam repletos de deficiências e irregularidades” e com falta de exames.
O ídolo argentino morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória no dia 25 de novembro, aos 60 anos, sozinho em uma casa alugada em um bairro privado ao norte de Buenos Aires, onde se recuperava após uma operação de um hematoma na cabeça.
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