“Tive depressão pós-parto. Tive que fazer análise, eu chorava à toa. Não entendia o porquê, eu tive tristeza profunda, vontade de sumir, de ir embora, umas vontades muito loucas”, começou ela. “Tem esse umbral da maternidade, muita gente não fala sobre porque tem vergonha, porque se acha péssima mãe, quer se colocar naquele lugar da mãe socialmente aceita.”
Isis contou que seu filho mudou sua vida e lembrou como era impulsiva, dando de exemplo o grave acidente de carro que sofreu em 2014, quando fraturou a coluna. “Acho que a maternidade é uma coisa que eu consigo olhar no espelho e falar: ‘eu mudei’. O acidente em si, não consigo ver exatamente o que foi que mudou, mas eu sinto que mudou, na calma, na respiração, no tempo de elaboração das coisas”, comentou ela.
Na reta final da novela Amor de Mãe, Isis interpretou uma enfermeira contaminada pela covid-19. “Na hora que eu entrei no personagem, eu me arrepiei. As gravações nesse cenário, para mim, foram muito intensas. Além de toda a situação que passei em 2020, de perdas, e ter que lidar com isso de uma forma rápida”, contou.
Ao mesmo tempo, ela tinha um parente internado com a doença. “Um dia o meu tio avô entrou para o respirador e eu estava em cena, eu tinha que salvar um cara com uma parada cardíaca”, lembrou, emocionada. “Esse dia, vou te falar, cara, eu não sei se era a Betina, se era a Isis. (…) Eu chorei todas as dores de 2020 ali mais as de 2021”, confessou, que sofre com a morte de seu pai no passado.
“Tem uma coisa que nasceu comigo. Não vou mentir que choro, que tive vontade de desistir quando meu pai morreu, tive vontade de ficar dentro de um quarto trancada. Eu acho que as dores da vida, se você decide arrastá-las ou decide que elas acabem te soterrando, é uma opção sua. Mas eu não acho que seja uma escolha inteligente”, concluiu.
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