A Itaipu Binacional lançou, nesta terça-feira (18), durante a COP30, em Belém, o seu Certificado Internacional de Energia Renovável (I-REC), marcando a entrada oficial da hidrelétrica no mercado de certificados ambientais. O anúncio ocorreu no estande da empresa, na Zona Verde do evento.
Com a adesão da Itaipu, o Brasil deve se tornar o maior emissor mundial de I-RECs, ultrapassando a China. Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), já são 73 milhões de certificados comercializados em 2025, número que deve chegar a 90 milhões em 2026, impulsionado pela participação da binacional.
Práticas sustentáveis
Durante a cerimônia, o diretor financeiro da Itaipu, André Pepitone da Nóbrega, destacou que a hidrelétrica passa a gerar uma nova modalidade de receita:
“Passados mais de 50 anos do Tratado de Itaipu, com o advento do certificado de energia renovável, a Itaipu Binacional vai ganhar uma nova receita. Até então, era apenas a venda de potência”, afirmou. Ele também ressaltou futuros projetos, como a geração de energia fotovoltaica flutuante no reservatório.
Pepitone explicou que, embora o valor arrecadado com I-RECs seja menor que o faturamento pela geração elétrica, a iniciativa reforça o compromisso da empresa com a transição energética e a promoção de práticas ambientais.
Certificados impulsionam empresas com práticas ESG e inventários de carbono
Os I-RECs certificam que empresas utilizam energia proveniente de fontes renováveis, permitindo comprovar redução de emissões em inventários como o GHG Protocol. Esse tipo de certificação é valorizado por empresas comprometidas com práticas ESG, que buscam atrair investimentos e ampliar competitividade no mercado global.
A CEO da ABEEólica, Elbia Gannoum, elogiou a iniciativa:
“Precisamos rotular nossa energia para mostrar ao mundo o quanto ela é limpa e renovável. A COP30 é a COP da implementação e esse tipo de ação amplia o engajamento do mercado”, declarou.
CCEE lança plataforma de rastreabilidade e garante selo “Origem”
A CCEE, responsável pelo monitoramento da geração e consumo de energia no país, terá papel central no processo, lançando sua própria plataforma de certificação. O sistema garante rastreabilidade e confiabilidade aos certificados emitidos, conferindo o selo “CCEE Origem”.
“Esse mecanismo assegura que geradores e consumidores comprovem o uso de energia de fontes renováveis como eólica, solar e hidráulica”, destacou o presidente do Conselho de Administração da CCEE, Alexandre Ramos.
O diretor jurídico da Itaipu, Luiz Fernando Delazari, comparou o certificado a uma “certidão de nascimento da energia renovável”. Ele destacou que o projeto recebeu parecer técnico-jurídico da advogada Maria João Rolim, que reforçou o papel da binacional na transição energética.





