No começo de 2007, tudo parecia perfeito para Francesco Flachi. Principal jogador da Sampdoria, capitão da equipe e próximo de alcançar a marca de 100 gols na liga italiana. Pouco depois de ser chamado para a seleção nacional pelo técnico Roberto Donadoni, a vida de Flachi tomou um rumo completamente diferente do esperado
Horas antes de um jogo contra a Internazionale, o atacante recebeu a notícia de que havia testado positivo para cocaína. Primeiro, foi suspenso, e depois banido do futebol por dois anos. Em entrevista à BBC Sport, ele afirmou que “perdeu tudo naquele exato momento”.
Após cumprir os dois anos de banimento, Flachi recebeu oportunidades em dois clubes da segunda divisão italiana. No entanto, o trauma anterior o paralisou. “Mentalmente, eu não era mais a mesma pessoa e eu não conseguia evitar cair de novo naquilo”, disse.
Um ano antes, Flachi havia recebido uma suspensão de dois meses após ser acusado de envolvimento em um esquema de manipulação de resultados. Ele garante que não tem relação com o caso. A expectativa sobre seu futuro era enorme, já que com os 110 tentos que tinha, estava entre os maiores goleadores da Sampdoria. Mas o resultado do teste antidrogas impediu que ele continuasse sua história de sucesso.
Em dezembro de 2009, ele testou positivo para cocaína mais uma vez. Como repetiu a infração, foi banido do futebol por 12 anos e decidiu encerrar a carreira. Antes do retorno, ele vinha treinando em times locais e dando aulas para crianças na cidade de Signa, região da Toscana. Quem incentivou a ideia de voltar à ativa foi seu amigo e presidente do clube, Andrea Ballerini. “Tudo começou como uma piada, mas então nós falamos mais sério sobre isso. Eu já estava ajudando no Signa 1914, dando uma mão nas categorias de base”, disse Flachi.
O ex-capitão da Sampdoria já está treinando para voltar aos gramados e quer ajudar os novos companheiros a não cometerem o mesmo erro de seu passado. “Sei que cometi um erro e fui punido por isso. Também sei que não sou tão rápido como antes, mas posso fazer a minha parte e ajudar esses caras a acreditarem em si mesmos. Também quero que eles entendam quão bonito é o futebol. Eles não podem perder o que eu joguei fora”, afirmou.
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