No acumulado de 12 meses, o aumento foi modesto, de 0,10%, ritmo ligeiramente menor do que o encontrado até janeiro (0,20%). Considerando a média móvel trimestral, até fevereiro, houve alta de 0,70%, ante crescimento de 0,60% no trimestre até janeiro.
Os pesquisadores do Núcleo de Estudos de Conjuntura (NEC) da Facamp afirmam que a retração do indicador em fevereiro ainda não reflete os efeitos do agravamento da pandemia, mas já capta os impactos do fim do auxílio emergencial e das demais medidas emergenciais. “A flexibilidade da quarentena nos dois primeiros meses do ano compensou em parte os danos causados pelo fim precoce das políticas anticíclicas, mesmo diante da recuperação lenta do mercado de trabalho e dos sinais claros do avanço da segunda onda da pandemia.”
Além da piora da pandemia em si, os pesquisadores lembram que outros fatores vêm afetando a atividade econômica, como a dificuldade de recompor estoques de insumos e matérias-primas importadas, problema amplificado pela elevação dos preços de commodities e pela desvalorização cambial. A reação do Banco Central à aceleração da inflação, com o início do processo de alta de juros, também atua em sentido desfavorável à atividade, diz o professor Rodrigo Sabbatini, pois tende a encarecer o crédito, aumentando o endividamento e interrompendo a decisão de gastos das empresas e das famílias.
Para os pesquisadores, a evolução da vacinação contra covid-19 e a velocidade da renovação das medidas emergenciais implementadas em 2020 darão a dimensão da queda da atividade econômica no segundo semestre e sinalizará a possibilidade de “transbordamento” dos resultados negativos em direção ao terceiro trimestre.
“O valor insuficiente do auxílio emergencial, diante do avanço da extrema pobreza, e a demora na aprovação e renovação das demais medidas anticíclicas potencializam os efeitos do recrudescimento da pandemia sobre a atividade econômica no segundo trimestre”, complementa a professora Juliana Filleti, do NEC/Facamp.
O indicador
De acordo com a Facamp, o ITE tem coeficiente de correlação (r) de 0,90 com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) e de 0,86 com o PIB trimestral. O ITE tem defasagem cerca de uma semana menor em relação ao IBC-Br.
A Agência Estado fechou uma parceria com a Facamp para divulgar o ITE ao assinante do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) em primeira mão. O índice tem divulgação na tela do Broadcast 48 horas antes do anúncio geral, entre os dias 10 e 15 de cada mês. Para visualizar o indicador, digite o código ITE-Facamp na janela de cotação do terminal do Broadcast ou acesse pelo menu indicadores.
O ITE-Facamp é calculado pelo Núcleo de Estudos de Conjuntura (NEC) da Facamp com base em dados públicos de consumo de energia da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A base é agregada e tratada, de forma a garantir a correlação com os dados de atividade. A amostra também exclui efeitos de temperatura e sazonalidade.
Saiba mais sobre o índice na entrevista com o professor Ricardo Buratini, disponível no canal da Agência Estado no YouTube no seguinte endereço de internet: https://www.youtube.com/watch?v=QAoe92udgIc&feature=youtu.be
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