No acumulado de 12 meses, o crescimento é de 1,0%, superior à taxa de 0,10% até fevereiro. Por sua vez, a média móvel trimestral recuou 0,50%, de alta de 0,70% no trimestre até fevereiro.
Os pesquisadores do Núcleo de Estudos de Conjuntura (NEC) da Facamp observam que a queda em março na margem tem relação com o recrudescimento da pandemia e também com a ausência do auxílio emergencial no primeiro trimestre do ano e com a não renovação do Programa de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm).
O grupo também identificou uma recomposição de estoques na indústria metalúrgica e um impulso da extrativa graças à recuperação da economia global e ao aumento de preços de commodities. Os pesquisadores também avaliam que a segunda onda da pandemia de covid-19, embora mais crítica em termos sanitários, gerou prejuízo menor sobre a atividade econômica, provavelmente porque as empresas já estão mais adaptadas.
“Esses dois fatores, além de não compensarem até o momento os efeitos negativos do recrudescimento da crise sanitária, não garantem uma recuperação sustentada nos próximos meses. Entendemos que o resultado de março deve ser interpretado com cautela, como um sinal de alguma resiliência, mas também como uma típica oscilação de curto prazo”, pondera o professor Ricardo Buratini, do NEC/Facamp. “Não podemos esquecer ainda que, embora positiva, a recuperação das exportações envolve um reduzido número de setores e agentes. O peso das exportações no PIB é baixo (cerca de 15%) e seus efeitos multiplicadores reduzidos, o que impede que os exportadores dinamizem o conjunto da economia”, acrescenta.
Nesse cenário e considerando o aumento da pobreza, o professor do NEC/Facamp José Augusto Gaspar Ruas advoga por um aumento do auxílio emergencial e uma ampliação do programa de manutenção do emprego e de apoio às pequenas e médias empresas.
Segundo ele, caso contrário, a economia do País ficará cada vez mais dependente da demanda externa e do “abre e fecha” provocado pela pandemia enquanto espera pelo avanço da vacinação.
O indicador
De acordo com a Facamp, o ITE tem coeficiente de correlação (r) de 0,90 com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) e de 0,86 com o PIB trimestral. O ITE tem defasagem cerca de uma semana menor em relação ao IBC-Br.
A Agência Estado fechou uma parceria com a Facamp para divulgar o ITE ao assinante do Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) em primeira mão. O índice tem divulgação na tela do Broadcast 48 horas antes do anúncio geral, entre os dias 10 e 15 de cada mês. Para visualizar o indicador, digite o código ITE-Facamp na janela de cotação do terminal ou acesse pelo menu indicadores.
O ITE-Facamp é calculado pelo Núcleo de Estudos de Conjuntura (NEC) da Facamp com base em dados públicos de consumo de energia da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A base é agregada e tratada, de forma a garantir a correlação com os dados de atividade. A amostra também exclui efeitos de temperatura e sazonalidade.
Saiba mais sobre o índice na entrevista com o professor Ricardo Buratini, disponível no canal da Agência Estado no YouTube no seguinte endereço de internet: https://www.youtube.com/watch?v=QAoe92udgIc&feature=youtu.be
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