A desobrigação do uso de máscaras em locais abertos é uma realidade em todo território nacional. Alguns estados liberam também a utilização em locais fechados. Será que é seguro circular sem máscara?
A chegada do outono traz queda da temperatura e da umidade do ar, fatores que contribuem para o aumento de pacientes em unidades de saúde com problemas que afetam as vias respiratórias. E é neste período que todo o território nacional está, mesmo que de forma fracionada, flexibilizando a obrigatoriedade do uso de máscaras em lugares abertos e fechados.
Com isso, várias entidades de saúde estão se manifestando sobre o assunto, alertando sobre os seus pareceres e a importância de continuar usando o equipamento em alguns casos.
O Comitê Extraordinário de Monitoramento covid-19 da Associação Médica Brasileira (CEM COVID_AMB), por exemplo, compartilhou o seu parecer sobre a uso de máscaras no atual momento da pandemia.
A nota emitida comenta que, no presente momento, vivemos um período de queda da média nacional de casos e de óbitos, e que a circulação do vírus se mostra menor atualmente. “Entretanto, a despeito desse cenário melhor comparado a outros que já vivemos, o CEM COVID_AMB compreende que temos um país de proporções gigantescas e com coberturas vacinais regionais muito díspares e, portanto, precisamos ter cautela quanto à questão do uso opcional de máscaras na prevenção de infecções respiratórias”, alerta.
Para o comitê, com eventuais exceções, a prevenção incluindo o uso de máscaras deve ser mantida, com atenção particular aos locais fechados. “É importante que a tomada de decisões nesse sentido seja feita com segurança e que cada Estado ou Município avalie os seus indicadores epidemiológicos e a sua cobertura vacinal”, recomenda.
Além disso, aos cidadãos ele reforça que, além do uso de máscara, é preciso evitar aglomerações e levar sempre a sério as regras de higienização das mãos. “Uma flexibilização indiscriminada pode ampliar os riscos à população, ainda mais à parcela não vacinada ou com esquema incompleto e principalmente os imunocomprometidos”, escreve a nota, que ainda chama a atenção para a vacinação infantil, que lamentavelmente permanece com baixa cobertura em algumas regiões. “Os pais precisam se conscientizar de que o momento requer responsabilidade máxima: imunizar os filhos é gesto de proteção à vida”, finaliza o CEM COVID_AMB.
A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), representada pelo especialista da ABORL-CCF e professor da USP, João F. Mello Júnior, também alerta para cuidados a serem adotados para auxiliar que a saúde não seja impactada com problemas que costumam ficar em evidência nessa época. Segundo ele, alguns hábitos podem agravar o contágio das doenças. “Com o frio se aproximando, a tendência é que as pessoas se aglomerem mais em lugares fechados, facilitando a transmissão de agentes infecciosos”, diz.
O otorrinolaringologista explica que de maneira geral as doenças infecciosas são autolimitadas, ou seja, duram poucos dias, ainda assim, alguns grupos podem ser mais impactados, como idosos, crianças, pacientes imunossuprimidos, pacientes com doenças tumorais, diabéticos, e aqueles com comorbidades sendo imunológicas ou não.
Mello Jr diz que a covid-19 é uma infecção viral que se assemelha à gripe, mas continua podendo apresentar um quadro mais intenso, e que as doenças típicas das estações mais frias não se comportam com a mesma gravidade vista na pandemia, já que os sintomas tendem a desaparecer em poucos dias. “Em caso de sintomas de suspeita de covid-19 é importante procurar atendimento médico para entender o quadro clínico. Os vírus das infecções respiratórias são autolimitados, e também há vacinas que são eficazes e ajudam a diminuir o impacto da doença,” informa o médico.
Entre as recomendações do médico para ficar longe das doenças virais estão:
Estar com a carteira de vacinação em dia: As vacinas ajudam o organismo a se blindar contra as doenças em todas as idades, é um método eficaz para a prevenção de agentes infecciosos.
Usar máscaras, principalmente em ambientes fechados: Em ambientes fechados é mais fácil das pessoas ficarem mais próximas, e a máscara funciona como uma barreira que evita a transmissão de doenças vindas por gotículas expelidas pelo nariz ou boca de uma pessoa contaminada.
Higienizar bem as mãos, e evitar levá-las ao rosto: A higienização das mãos reduz a presença de microrganismos, tornando o risco de contaminação e transmissão de doenças menor, e ao evitar o contato das mãos no rosto a chance de contato com perdigotos e secreções corporais é também reduzida.
Evitar o compartilhamento de objetos pessoais: Objetos de uso coletivo podem conter mais agentes infecciosos, facilitando a propagação do vírus ou bactéria, com o uso individual cada um fica responsável pela limpeza do próprio objeto.
Limpar superfícies e objetos: Para eliminar microrganismos causadores de doenças é importante realizar a higienização frequentemente em lugares onde possa existir muito contato.
Manter uma alimentação saudável: Manter uma rotina saudável contribui para o fortalecimento do sistema imunológico, é importante prezar por uma dieta que agregue vitaminas e nutrientes para o corpo.
Beber bastante água: Ao manter o corpo hidratado, as mucosas do nariz, boca e garganta ficam úmidas, dificultando o contágio de doenças infecciosas e alergias.
Dormir bem: É durante o sono que se regenera as células de defesa no organismo, assim, contribuindo para o fortalecimento do sistema imunológico.
*Com informações da assessoria